Time masculino de vôlei comandado por Bernardinho supera equipe adversária, que lançou mão de vários reservas, por 3 sets a 2

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado, a seleção campeã olímpica e mundial com seus principais atletas. Só Giba, lesionado, não estava em quadra.
Do outro, os jovens da Sérvia, reservas, observados do banco pela estrela Ivan Milijikovic, que nem sequer tirou a jaqueta durante toda a partida.
E o confronto deu exata noção do atual nível da seleção brasileira. Após um mês de treinos pesados, o time está bem fisicamente, mas ainda carece de rodagem para mostrar seu alto padrão de jogo. Com dificuldades, o time de Bernardinho obteve ontem sua primeira vitória na Liga Mundial: 3 sets a 2 (22/ 25, 25/ 23, 25/18, 23/25 e 15/11) diante de 10.999 torcedores.
Com o técnico, que assumiu o cargo em 2001, o Brasil jamais perdeu dos rivais, campeões olímpicos em Sydney-2000.
Hoje, às 10h (com TV), a equipe volta a enfrentar os sérvios no Ibirapuera, em São Paulo. E, em seguida, divide-se. O grupo só deve estar completo novamente na terceira semana da Liga, contra a mesma Sérvia, na Europa, quando os titulares voltam ao torneio.
"Foi um teste importante. Como eles colocaram pressão, nos fizeram buscar soluções", afirmou Bernardinho. "O time sentiu falta de ritmo. O passe tem de melhorar, temos de errar menos ataques e contra-ataques. Os ponteiros jogaram abaixo do que podem hoje [ontem]. O saque também é uma preocupação", enumerou ele.
Apesar de todos esses problemas, Bernardinho não vai aliviar o ritmo de treinos. Ontem à tarde, marcou musculação.
"Se tivermos um mau resultado por causa disso, vamos pagar o preço. O Nosso objetivo é a Olimpíada, e eu só tenho a Liga para fazer observações e pouco tempo para deixá-los prontos", afirmou o treinador.
A falta de ritmo da seleção ficou evidente ontem na quantidade de erros. O Brasil cedeu 28 pontos, mesmo número dos sérvios, menos experientes.
O time também não conseguiu fazer o bloqueio render tanto. Como o saque não estava bem, a Sérvia tinha tranqüilidade para trabalhar as jogadas e fugir da marcação. A seleção nacional fez sete pontos de bloqueio contra 11 do rival.
E, no ataque, com Murilo irregular e o passe dificultado pelo forte saque adversário, Marcelinho sobrecarregou o oposto André Nascimento, que marcou 26 pontos.