DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após a crise provocada por Iziane na seleção feminina, o time juntou os cacos, bateu Angola (75 a 58), sem fazer grande partida, e hoje decide contra Cuba a última vaga em disputa para a Olimpíada.
A ala, desligada do elenco por se recusar a entrar em quadra durante jogo contra Belarus, deu ontem suas justificativas.
"Não sou jogadora de ficar 20 minutos no banco aplaudindo. Essa é a minha personalidade."
Iziane, principal nome da equipe, irritou-se com o fato de o técnico Paulo Bassul a ter sacado durante o jogo, em que as titulares vinham atuando mal.
Com as reservas, o Brasil tirou desvantagem no placar e virou a partida, que valia uma vaga olímpica. Emocionalmente abalada, a equipe se perdeu no quarto período e na prorrogação, sendo derrotada (86 a 79).
"Em um jogo como esses é para a estrela do time, como todo mundo fala, estar na quadra. Não no banco. Tive momentos ruins no jogo. Mas as outras [titulares] tiveram", argumentou.
Iziane, que se desligou do time e voltou aos EUA, onde atua pela WNBA no Atlanta, disse que não defende mais o Brasil com o treinador no comando.
"Acho que ele vai me convocar, mas essa é a minha última participação na seleção sob o comando de Paulo Bassul", afirmou a ala, que disse entender a decisão do treinador.
"Acho que errei. Há um comando ali. É a seleção brasileira e você tem que estar pronta para ajudar. Mas infelizmente esse é o meu temperamento."
Para restabelecer a harmonia do grupo, Bassul optou ontem por trocar o treino anterior ao jogo com Angola por uma conversa. Diante da fragilidade do rival, não houve nem a exibição de vídeo sobre as angolanas.
Ontem, o discurso do elenco era de discreto repúdio à ala.
"Não me surpreendeu, a Iziane. A gente a conhece e sabe que ela toma atitudes como essa. Ela é importante para a equipe, mas, na minha opinião, tenho que valorizar e aplaudir a jogadora que está bem na partida", afirmou a pivô Kelly, uma das titulares sacadas no jogo.