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Líder, "Luxemburgo FC" faz inveja a times do Nacional
Responsável pela arrancada do Santos, técnico supera em títulos, jogos, vitórias e participações maioria dos clubes que já disputaram o torneio
MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Vanderlei Luxemburgo, 52, pegou o Santos no 12º lugar, caiu para o 17º no primeiro jogo e, com
dez rodadas no comando do time,
assumiu a liderança e reforçou a
condição de técnico mais vencedor da história do Brasileiro
-trajetória capaz de causar inveja a muitos clubes tradicionais.
Ele ostenta quatro títulos, marca igual às dos maiores campeões
do principal torneio nacional: Flamengo, Vasco e Palmeiras. Caso
volte a conquistar a taça neste
ano, o técnico se tornará mais
vencedor do que qualquer clube
que já tenha jogado o Brasileiro.
E o reinado do hipotético "Luxemburgo Futebol Clube" deverá
durar muito, já que, dos colegas
que estão em atividade na competição atual, nenhum conta com
mais de um título nacional.
Mas não é só nas taças que o técnico, sozinho, dá baile em muitos
clubes nos Nacionais.
O treinador soma, segundo números da revista "Placar", 165 vitórias em 320 jogos, o que representa um percentual de 51,6% de
partidas ganhas, superior aos de
todos os clubes no torneio.
O time que mais venceu partidas na história do Brasileiro -o
Atlético-MG, com 353 triunfos
em 804, chega a 43,9%.
Em números absolutos de vitórias, o "Luxemburgo FC" bate Paraná, Ponte, Juventude, Paysandu, Criciúma e São Caetano.
Hoje o Santos parece disposto a
manter a média de vitórias do técnico, ele mesmo parte da violenta
reforma do time, que derrubou o
antecessor, Emerson Leão.
Ao chegar, Luxemburgo tomou
duas providências: afastar os jogadores em vias de negociação
-casos de Alex, Renato e Paulo
Almeida- e pedir reforços. Vieram o goleiro Tapia, o volante Bóvio e o lateral Flávio. A equipe ainda perderia Claiton e Alcides.
Depois, o treinador aproveitou
Deivid, contratado no fim da era
Leão, reanimou o desprestigiado
Preto Casagrande e avançou Elano, para suprir a carência de Diego, que está na Copa América. O
time vive uma seqüência de sete
vitórias, embalou e está agora no
topo da tabela, que o carioca freqüenta como poucos.
Sozinho, Luxemburgo disputou
14 Brasileiros, mais do que clubes
de tradição como América-MG,
Fortaleza e Figueirense. Das 16
campanhas que realizou em 14
campeonatos (em duas temporadas, o técnico mudou de clube durante o torneio), somente em quatro o técnico ficou abaixo do décimo posto -seja no fim do Brasileiro ou por saída antecipada.
No total, os times comandados
por Luxemburgo marcaram 535
gols, suficientes para fazer de um
clube o 21º mais goleador da história da divisão de elite.
O "Luxemburgo FC" ainda poderia se orgulhar de ter chegado à
primeira divisão sem viradas de
mesa. Com o Bragantino, em
1989, o treinador levou uma equipe modesta ao título da Série B e
conquistou as primeiras atenções.
Ele estreara em 83, em oito jogos
do Campo Grande-RJ, e dirigiu o
Fluminense interinamente em
uma derrota no Nacional de 86.
Se coleciona triunfos, Luxemburgo nem sempre sai celebrado
de onde vence. Sua trajetória é
marcada por saídas tumultuadas.
Após sair do Flamengo, em 91, o
técnico só retornou à elite com o
Palmeiras, em 93, levantando seu
primeiro Nacional e bisando no
ano seguinte. Em 95, voltou ao
Flamengo, do qual é torcedor, desagradando o ex-clube.
O vice-estadual e uma queda-de-braço com Romário o derrubaram, o que o fez começar o Nacional-95 no Paraná até abandonar o time a convite do Palmeiras.
De lá para cá o técnico conquistou seu tetra pessoal ao vencer
com o Corinthians, em 98, e com
o Cruzeiro, em 2003. Graças a um
impasse sobre premiações, o técnico saiu demitido do clube mineiro e agora pode ser o primeiro
técnico a conquistar o Brasileiro
por quatro clubes diferentes.
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