São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Goleiro levanta primeira taça de expressão internacional, afasta fama de pé-frio e sai como um dos artilheiros do time

Rogério, enfim, sacia sua maior vontade

DA REPORTAGEM LOCAL

Numa noite em que não teve de se esforçar muito, Rogério conquistou o título mais importante de sua carreira, afastou o rótulo de pé-frio, dado pela sua própria torcida, e já coroou a temporada que se firma como a melhor da carreira do goleiro são-paulino.
O título da Libertadores é o primeiro de expressão levantado pelo capitão. Até então, como titular, conquistara taças estaduais, regionais e a Copa Conmebol.
"Dedico a conquista para a minha família, para essa nação que eu amo e para esse time que é o do meu coração. É um presente para todos que não puderam estar aqui", gritou o goleiro, que sonha em ser presidente do clube.
Pouco exigido pelo Atlético-PR, teve seu único momento de tensão no final do primeiro tempo, quando o árbitro marcou pênalti contra o São Paulo. Mas nem precisou entrar em ação. Pulou, adiantado, no canto certo, e viu o chute de Fabrício acertar a trave.
Se não sofreu com o ataque adversário, Rogério não diz o mesmo sobre os dias antes da final. "Foi uma longa espera, não é fácil enfrentar os momentos que antecedem um jogo desses."
Num time em que jogadores, torcedores e dirigentes estavam obcecados pelo campeonato continental, Rogério era o mais ansioso pelo triunfo. "Preciso ser campeão de qualquer jeito", dizia ele.
O desespero talvez seja reflexo da cobrança dos torcedores, que não perdoaram o ídolo após a eliminação na Libertadores do ano passado, diante do Once Caldas.
Na ocasião, foi chamado de "pipoqueiro" e de "pior goleiro do Brasil" pelos são-paulinos.
Um novo fracasso ontem aumentaria a coleção de dissabores enfrentados por Rogério em momentos decisivos, como na final da Copa do Brasil em 2000, quando sofreu o gol do Cruzeiro no fim. Deixou escapar a chance de levar o time de volta ao torneio internacional após seis anos.
Apesar de não ter atuação marcante na finalíssima contra o Atlético-PR, Rogério será lembrado pelos fãs como um dos jogadores mais importantes da conquista. Não só pelas defesas, também pelos gols. Terminou o torneio com cinco tentos, como um dos artilheiro da equipe campeã, empatado com o atacante Luizão.
Entrou também para a história como o camisa 1 que mais vezes balançou a rede numa só edição da Libertadores. É a cereja no bolo. Em sete meses, essa já é a temporada em que Rogério mais marcou gols. Foram 13 até agora.
O ano já começara com alegrias para ele, que ontem, mais uma vez, usou uma camisa com suas iniciais. No começo de 2005, nasceram suas gêmeas.
Único remanescente do time campeão continental e mundial em 1993, sem ter entrado em campo, ele terá a chance de voltar ao Japão para agora brilhar como protagonista, no Mundial de Clubes, em dezembro.


Texto Anterior: 2º tempo
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.