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FUTEBOL
Goleiro levanta primeira taça de expressão internacional, afasta fama de pé-frio e sai como um dos artilheiros do time
Rogério, enfim, sacia sua maior vontade
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa noite em que não teve de
se esforçar muito, Rogério conquistou o título mais importante
de sua carreira, afastou o rótulo
de pé-frio, dado pela sua própria
torcida, e já coroou a temporada
que se firma como a melhor da
carreira do goleiro são-paulino.
O título da Libertadores é o primeiro de expressão levantado pelo capitão. Até então, como titular, conquistara taças estaduais,
regionais e a Copa Conmebol.
"Dedico a conquista para a minha família, para essa nação que
eu amo e para esse time que é o do
meu coração. É um presente para
todos que não puderam estar
aqui", gritou o goleiro, que sonha
em ser presidente do clube.
Pouco exigido pelo Atlético-PR,
teve seu único momento de tensão no final do primeiro tempo,
quando o árbitro marcou pênalti
contra o São Paulo. Mas nem precisou entrar em ação. Pulou,
adiantado, no canto certo, e viu o
chute de Fabrício acertar a trave.
Se não sofreu com o ataque adversário, Rogério não diz o mesmo sobre os dias antes da final.
"Foi uma longa espera, não é fácil
enfrentar os momentos que antecedem um jogo desses."
Num time em que jogadores,
torcedores e dirigentes estavam
obcecados pelo campeonato continental, Rogério era o mais ansioso pelo triunfo. "Preciso ser campeão de qualquer jeito", dizia ele.
O desespero talvez seja reflexo
da cobrança dos torcedores, que
não perdoaram o ídolo após a eliminação na Libertadores do ano
passado, diante do Once Caldas.
Na ocasião, foi chamado de "pipoqueiro" e de "pior goleiro do
Brasil" pelos são-paulinos.
Um novo fracasso ontem aumentaria a coleção de dissabores
enfrentados por Rogério em momentos decisivos, como na final
da Copa do Brasil em 2000, quando sofreu o gol do Cruzeiro no
fim. Deixou escapar a chance de
levar o time de volta ao torneio internacional após seis anos.
Apesar de não ter atuação marcante na finalíssima contra o Atlético-PR, Rogério será lembrado
pelos fãs como um dos jogadores
mais importantes da conquista.
Não só pelas defesas, também pelos gols. Terminou o torneio com
cinco tentos, como um dos artilheiro da equipe campeã, empatado com o atacante Luizão.
Entrou também para a história
como o camisa 1 que mais vezes
balançou a rede numa só edição
da Libertadores. É a cereja no bolo. Em sete meses, essa já é a temporada em que Rogério mais
marcou gols. Foram 13 até agora.
O ano já começara com alegrias
para ele, que ontem, mais uma
vez, usou uma camisa com suas
iniciais. No começo de 2005, nasceram suas gêmeas.
Único remanescente do time
campeão continental e mundial
em 1993, sem ter entrado em campo, ele terá a chance de voltar ao
Japão para agora brilhar como
protagonista, no Mundial de Clubes, em dezembro.
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