São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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BOXE

Prato principal

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

É um confronto clássico. Juventude x experiência. Pode ser a "passagem da tocha": "Golden Boy" Oscar de la Hoya x Julio César Chávez. Ou, ao contrário, Lennox Lewis x Michael Grant.
Bernard "The Executioner" Hopkins x Jermain "Bad Intentions" Taylor reúne, no mesmo ringue, um futuro membro do Hall da Fama e uma jovem promessa em ascensão (a HBO Plus transmite a programação ao vivo a partir das 22h de amanhã).
Hopkins tem o recorde de defesas de cinturão entre os médios (até 72,5 kg). O americano pôs o título da FIB em jogo em 21 oportunidades. Antes o recordista era o argentino Carlos Monzón (na época havia uma única versão do título, mas essa é outra história).
Ao bater De la Hoya, Hopkins unificou, no ano passado, os principais títulos dos médios: CMB, AMB, OMB, FIB e também o cinturão da publicação "The Ring".
Porém não são as estatísticas impressionantes ou seu cartel de 46 vitórias, 32 nocautes, 2 derrotas, 1 empate e 1 "sem resultado" que tornam Hopkins um campeão excepcional, mas a técnica.
Ele é um dos poucos remanescentes da "velha escola". Eram representantes dessa linha, em um passado recente, James "Buddy" McGirt e Pernell Whitaker. Boa companhia, dentro do ringue (fora, Whitaker é um mau caráter).
A penúltima vitória de Hopkins, conquistada com um golpe no corpo do "Golden Boy" De la Hoya, mostra que o veterano domina o castigo (bem aplicado) na região da cintura, que, assim como uma boa defesa, se transformou em privilégio para poucos.
Como se fosse pouco, Hopkins domina, com igual eficiência, o jogo técnico à distância e a luta a curta distância. Assim surpreendeu o ídolo latino Félix "Tito" Trinidad. Durante semanas prometeu um autêntica briga de rua, irritou o adversário ao jogar no chão a bandeira de Porto Rico, mas, no ringue, exibiu uma de suas performances mais técnicas e "frias", até vencer no 12º assalto.
Com uma medalha de bronze nos Jogos de Sydney-2000, Taylor, 26, tem um dos melhores jabs (golpe preparatório) da atualidade e prima pela preparação física. Porém não vem impressionando.
Nem mesmo em sua penúltima e mais importante vitória, quando dominou fácil o ex-campeão dos médios William Joppy. Dominou totalmente por pontos, mas parece lhe faltar alguma coisa.
Foi assim também em sua última vitória, sobre o pegador Daniel Edouard, do Haiti, que estava invicto, em rápidos três assaltos. E ainda contra o ex-campeão Raul Marquez, Howard Eastman, Alex Rios e Nicolas Cervera.
Mas pode ser que seus 23 adversários (nocauteou 17) não tenham exigido tanto e Taylor somente mostre ""tudo o que sabe" apenas quando for obrigado, o que ocorrerá contra Hopkins.
Ou talvez a equipe de Taylor aposte que Hopkins ""envelhecerá de um dia para o outro". Com 40 anos, isso deve acontecer em algum ponto, a menos que cumpra a sua promessa de se aposentar entre este ano. Enquanto isso, a luta contra Taylor será a chance de assistir pelo menos um membro do Hall da Fama em ação.

Popó
O time de Popó discute com as equipes dos seguintes pugilistas uma luta para o fim do ano (se vencer Fabián Salazar, com Bandsports, a partir das 22h, e Band, às 22h30, amanhã): Leavander Johnson, campeão dos leves da FIB, Juan Diaz, titular da AMB, e Diego Corrales, carrasco do baiano e dono dos cinturões dos leves da AMB e OMB.

Na telinha
A ESPN exibe hoje, às 22h, ao vivo, o combate entre Jason Litzau e John Nolasco. Na próxima terça-feira, a partir das 23h, o invicto Lamont Peterson, estrela do amadorismo, tem seu combate com Manuel Torresillas transmitido ao vivo, de novo pela ESPN. Será a primeira vez em sua carreira que o norte-americano Peterson enfrentará alguém que tem mais vitórias do que derrotas no cartel.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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