|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE
Prato principal
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
É um confronto clássico. Juventude x experiência. Pode
ser a "passagem da tocha": "Golden Boy" Oscar de la Hoya x Julio
César Chávez. Ou, ao contrário,
Lennox Lewis x Michael Grant.
Bernard "The Executioner"
Hopkins x Jermain "Bad Intentions" Taylor reúne, no mesmo
ringue, um futuro membro do
Hall da Fama e uma jovem promessa em ascensão (a HBO Plus
transmite a programação ao vivo
a partir das 22h de amanhã).
Hopkins tem o recorde de defesas de cinturão entre os médios
(até 72,5 kg). O americano pôs o
título da FIB em jogo em 21 oportunidades. Antes o recordista era
o argentino Carlos Monzón (na
época havia uma única versão do
título, mas essa é outra história).
Ao bater De la Hoya, Hopkins
unificou, no ano passado, os principais títulos dos médios: CMB,
AMB, OMB, FIB e também o cinturão da publicação "The Ring".
Porém não são as estatísticas
impressionantes ou seu cartel de
46 vitórias, 32 nocautes, 2 derrotas, 1 empate e 1 "sem resultado"
que tornam Hopkins um campeão excepcional, mas a técnica.
Ele é um dos poucos remanescentes da "velha escola". Eram representantes dessa linha, em um
passado recente, James "Buddy"
McGirt e Pernell Whitaker. Boa
companhia, dentro do ringue (fora, Whitaker é um mau caráter).
A penúltima vitória de Hopkins, conquistada com um golpe
no corpo do "Golden Boy" De la
Hoya, mostra que o veterano domina o castigo (bem aplicado) na
região da cintura, que, assim como uma boa defesa, se transformou em privilégio para poucos.
Como se fosse pouco, Hopkins
domina, com igual eficiência, o
jogo técnico à distância e a luta a
curta distância. Assim surpreendeu o ídolo latino Félix "Tito"
Trinidad. Durante semanas prometeu um autêntica briga de rua,
irritou o adversário ao jogar no
chão a bandeira de Porto Rico,
mas, no ringue, exibiu uma de
suas performances mais técnicas e
"frias", até vencer no 12º assalto.
Com uma medalha de bronze
nos Jogos de Sydney-2000, Taylor,
26, tem um dos melhores jabs
(golpe preparatório) da atualidade e prima pela preparação física.
Porém não vem impressionando.
Nem mesmo em sua penúltima
e mais importante vitória, quando dominou fácil o ex-campeão
dos médios William Joppy. Dominou totalmente por pontos, mas
parece lhe faltar alguma coisa.
Foi assim também em sua última vitória, sobre o pegador Daniel Edouard, do Haiti, que estava invicto, em rápidos três assaltos. E ainda contra o ex-campeão
Raul Marquez, Howard Eastman, Alex Rios e Nicolas Cervera.
Mas pode ser que seus 23 adversários (nocauteou 17) não tenham exigido tanto e Taylor somente mostre ""tudo o que sabe"
apenas quando for obrigado, o
que ocorrerá contra Hopkins.
Ou talvez a equipe de Taylor
aposte que Hopkins ""envelhecerá
de um dia para o outro". Com 40
anos, isso deve acontecer em algum ponto, a menos que cumpra
a sua promessa de se aposentar
entre este ano. Enquanto isso, a
luta contra Taylor será a chance
de assistir pelo menos um membro do Hall da Fama em ação.
Popó
O time de Popó discute com as equipes dos seguintes pugilistas uma
luta para o fim do ano (se vencer Fabián Salazar, com Bandsports, a
partir das 22h, e Band, às 22h30, amanhã): Leavander Johnson, campeão dos leves da FIB, Juan Diaz, titular da AMB, e Diego Corrales,
carrasco do baiano e dono dos cinturões dos leves da AMB e OMB.
Na telinha
A ESPN exibe hoje, às 22h, ao vivo, o combate entre Jason Litzau e
John Nolasco. Na próxima terça-feira, a partir das 23h, o invicto Lamont Peterson, estrela do amadorismo, tem seu combate com Manuel Torresillas transmitido ao vivo, de novo pela ESPN. Será a primeira vez em sua carreira que o norte-americano Peterson enfrentará alguém que tem mais vitórias do que derrotas no cartel.
E-mail eohata@folhasp.com.br
Texto Anterior: Vôlei: Brasil vai à forra 350 dias depois e bate Cuba Próximo Texto: Futebol - Mário Magalhães: O dia em que o geraldino se deu bem Índice
|