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MEMÓRIA
Boicote de Guga ditou rumos do país na Davis
DA ENVIADA A JOINVILLE
Foram quase dois anos
sem representar o Brasil na
Copa Davis. Mas o principal
motivo que afastou Gustavo
Kuerten da competição não
teve relação com as quadras.
Foi de cunho político.
Em março de 2004, insatisfeito com a administração da
Confederação Brasileira de
Tênis, Guga iniciou um boicote à Davis que durou até a
queda do então presidente
Nelson Nastás, acusado de
irregularidades, entre elas
apropriação indébita.
Para peitar a CBT, teve o
apoio dos principais tenistas
do país, que também se recusavam a jogar o torneio.
Flávio Saretta, André Sá e Ricardo Mello deram respaldo
a Guga. Depois foi a vez de
Jaime Oncins, então capitão
do time, entregar seu cargo.
Nastás assumiu a presidência da CBT em 94. A
ofensiva para tirá-lo do poder começou em 2003. Jorge
Lacerda Rosa, então presidente da federação catarinense, denunciou irregularidades na Justiça. A estratégia
era afastar o presidente, pedindo intervenção na confederação e nova eleição.
Em dezembro, o pleito colocou na presidência Rosa,
ex-sócio da mãe de Guga em
um posto de gasolina e líder
de um movimento para colocar a "família Gustavo
Kuerten" à frente da CBT.
Mas a volta dos tenistas à
Davis ficou ameaçada, já que
liminar obtida pela federação do Piauí pôs como interventor na CBT um antigo
colaborador de Nastás. Rosa
cassou a liminar e, após Larri
Passos, ex-técnico de Guga,
declinar do convite para ser
capitão do time, chamou
Fernando Meligeni.
(TC)
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