São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Murtosa, o auxiliar de Scolari no penta, será o substituto de Luxemburgo

Palmeiras consegue empate e um técnico

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras continua sem vencer no Campeonato Brasileiro-2002 -ontem empatou por 1 a 1 com o Cruzeiro-, mas pelo menos já tem um novo técnico: Flávio Teixeira, o Murtosa, 51, que foi auxiliar de Luiz Felipe Scolari na seleção brasileira.
A contratação de Murtosa foi definida ontem à noite após uma conversa, por telefone, do presidente palmeirense Mustafá Contursi com o novo técnico, que estava em Porto Alegre, onde mora.
Murtosa, que receberá R$ 50 mil mensais, virá a São Paulo hoje para assinar contrato e deve ser apresentado durante à tarde.
Ontem, Murtosa negou à Folha a negociação com a diretoria do Palmeiras, mas afirmou que gostaria de retornar ao clube em que trabalhou com Luiz Felipe Scolari de 1998 a 2000.
"Seria uma honra voltar a trabalhar no Palmeiras. É um clube onde tenho marcas importantes", disse ele, que conquistou seu único título como treinador na equipe do Parque Antarctica.
O novo técnico comandou o Palmeiras que conquistou a Copa dos Campeões, em 2000, em substituição a Scolari, que havia se transferido para o Cruzeiro.
À época, o time sofreu um desmanche após a derrota na final da Libertadores para o Boca Juniors (Argentina) e, com o anúncio da saída da Parmalat, então co-gestora do clube, decidiu reduzir os investimentos no futebol.
E foi justamente o surpreendente triunfo na competição nacional que motivou Contursi a apostar na política que ficou conhecida como a do "bom e barato".
Para tocar o projeto, Murtosa foi convidado pelo dirigente a continuar como técnico palmeirense, mas preferiu voltar a ser auxiliar de Scolari no Cruzeiro.
Por isso, para o presidente palmeirense, ele é o nome ideal para dar continuidade ao processo de renovação da equipe iniciado por Wanderley Luxemburgo, que deixou o Palmeiras anteontem e foi para o Cruzeiro.
Com a troca de clubes, Luxemburgo voltou a ser o mais bem remunerado técnico do país e nome forte para assumir a seleção.
Em meio à crise instalada no futebol brasileiro, em que a regra básica se tornou a contenção de gastos, o treinador virou uma exceção. Conseguiu fazer um contrato de R$ 150 mil mensais, pouco mais do que o dobro do que ganhava no Palmeiras (R$ 72,5 mil).
Além do alto salário, o técnico espera fazer do Cruzeiro uma ponte para voltar à seleção.
Ontem, o treinador, que será apresentado oficialmente hoje aos cruzeirenses, não acompanhou a partida no estádio.
Ainda sem seus novos técnicos, Palmeiras e Cruzeiro fizeram um jogo medíocre no Mineirão.
O Palmeiras, treinado pelo auxiliar de Luxemburgo, Paulo César Gusmão, que também fará parte da nova comissão técnica cruzeirense, foi uma equipe apática.
Na ausência de Luxemburgo, o time não conseguiu explorar a sua principal jogada: as bolas alçadas na área pelo paraguaio Arce -foram só duas no primeiro tempo.
Os cruzeirenses, que também foram comandados por um "tampão" ontem, o técnico de juniores do clube, Ney Franco, perderam a principal característica da época de Marco Aurélio: o alto número de finalizações.
Mesmo assim, foram mais objetivos do que o rival. E, assim, chegaram ao gol, aos 26min do primeiro tempo. Alessandro cruzou, a bola tocou no braço de Alexandre, e o árbitro Giulliano Bozzano marcou pênalti. O atacante Fábio Junior cobrou e abriu o placar.
Na etapa final, Gusmão colocou dois atacantes: Itamar e Anselmo. O time melhorou e conseguiu chegar ao empate em jogada de Arce finalizada por Itamar, de cabeça, aos 42min.


Colaboraram Fernando Mello, do Painel FC, e a Agência Folha, em Belo Horizonte



Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Scolari espalha mais um "tentáculo" pelo país
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.