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Murtosa, o auxiliar de Scolari no penta, será o substituto de Luxemburgo
Palmeiras consegue empate e um técnico
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras continua sem vencer no Campeonato Brasileiro-2002 -ontem empatou por 1 a 1
com o Cruzeiro-, mas pelo menos já tem um novo técnico: Flávio Teixeira, o Murtosa, 51, que foi
auxiliar de Luiz Felipe Scolari na
seleção brasileira.
A contratação de Murtosa foi
definida ontem à noite após uma
conversa, por telefone, do presidente palmeirense Mustafá Contursi com o novo técnico, que estava em Porto Alegre, onde mora.
Murtosa, que receberá R$ 50 mil
mensais, virá a São Paulo hoje para assinar contrato e deve ser
apresentado durante à tarde.
Ontem, Murtosa negou à Folha
a negociação com a diretoria do
Palmeiras, mas afirmou que gostaria de retornar ao clube em que
trabalhou com Luiz Felipe Scolari
de 1998 a 2000.
"Seria uma honra voltar a trabalhar no Palmeiras. É um clube onde tenho marcas importantes",
disse ele, que conquistou seu único título como treinador na equipe do Parque Antarctica.
O novo técnico comandou o
Palmeiras que conquistou a Copa
dos Campeões, em 2000, em substituição a Scolari, que havia se
transferido para o Cruzeiro.
À época, o time sofreu um desmanche após a derrota na final da
Libertadores para o Boca Juniors
(Argentina) e, com o anúncio da
saída da Parmalat, então co-gestora do clube, decidiu reduzir os
investimentos no futebol.
E foi justamente o surpreendente triunfo na competição nacional
que motivou Contursi a apostar
na política que ficou conhecida
como a do "bom e barato".
Para tocar o projeto, Murtosa
foi convidado pelo dirigente a
continuar como técnico palmeirense, mas preferiu voltar a ser
auxiliar de Scolari no Cruzeiro.
Por isso, para o presidente palmeirense, ele é o nome ideal para
dar continuidade ao processo de
renovação da equipe iniciado por
Wanderley Luxemburgo, que deixou o Palmeiras anteontem e foi
para o Cruzeiro.
Com a troca de clubes, Luxemburgo voltou a ser o mais bem remunerado técnico do país e nome
forte para assumir a seleção.
Em meio à crise instalada no futebol brasileiro, em que a regra
básica se tornou a contenção de
gastos, o treinador virou uma exceção. Conseguiu fazer um contrato de R$ 150 mil mensais, pouco mais do que o dobro do que ganhava no Palmeiras (R$ 72,5 mil).
Além do alto salário, o técnico
espera fazer do Cruzeiro uma
ponte para voltar à seleção.
Ontem, o treinador, que será
apresentado oficialmente hoje
aos cruzeirenses, não acompanhou a partida no estádio.
Ainda sem seus novos técnicos,
Palmeiras e Cruzeiro fizeram um
jogo medíocre no Mineirão.
O Palmeiras, treinado pelo auxiliar de Luxemburgo, Paulo César
Gusmão, que também fará parte
da nova comissão técnica cruzeirense, foi uma equipe apática.
Na ausência de Luxemburgo, o
time não conseguiu explorar a sua
principal jogada: as bolas alçadas
na área pelo paraguaio Arce -foram só duas no primeiro tempo.
Os cruzeirenses, que também
foram comandados por um "tampão" ontem, o técnico de juniores
do clube, Ney Franco, perderam a
principal característica da época
de Marco Aurélio: o alto número
de finalizações.
Mesmo assim, foram mais objetivos do que o rival. E, assim, chegaram ao gol, aos 26min do primeiro tempo. Alessandro cruzou,
a bola tocou no braço de Alexandre, e o árbitro Giulliano Bozzano
marcou pênalti. O atacante Fábio
Junior cobrou e abriu o placar.
Na etapa final, Gusmão colocou
dois atacantes: Itamar e Anselmo.
O time melhorou e conseguiu
chegar ao empate em jogada de
Arce finalizada por Itamar, de cabeça, aos 42min.
Colaboraram Fernando Mello, do Painel
FC, e a Agência Folha, em Belo Horizonte
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