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A bola como arma de guerra nazista
No período nazista, o futebol foi
usado como máquina de propaganda política e diplomática.
A estratégia ultrapassava o uso
dessa modalidade para tentar
comprovar as teorias da supremacia da raça ariana, como, por
exemplo, foi feito com o esporte
de uma maneira geral na Olimpíada de Berlim, em 1936.
Outro objetivo dos nazistas era
distrair a população das dificuldades da guerra. Mesmo nos períodos de vitórias, notícias sobre racionamento e mortes de alemães
em batalhas eram evitadas. Uma
das alternativas era ocupar o noticiário com o futebol.
Em 1938, a anexação da Áustria
provocou a convocação de sete
austríacos para a seleção alemã.
Dois negaram-se a jogar.
Como os demais aspectos da vida nazista, o futebol também se
curvou aos interesses políticos.
Várias vezes, os adversários da seleção ou de equipes das Forças
Armadas da Alemanha eram intimados a entregar o jogo.
A negativa da Ucrânia em participar de uma farsa levou nove de
seus jogadores a campos de concentração logo após uma vitória.
Essas histórias estão contadas
no livro ""Hitler's Strikers" (""Atacantes de Hitler"), lançado no
mês passado na Alemanha.
Seus autores, Ulrich Lindner e
Gerhard Fischer, revelam que a
estratégia nazista só funcionou
em parte. Apesar da prioridade
dada ao futebol, a equipe alemã
naufragou. Na Olimpíada de 36,
foi derrotada pela Noruega nas
semifinais. Em 38, na Copa da
França, a seleção caiu diante dos
suíços, nas quartas-de-final.
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