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TÊNIS
Quanto vale o show
THALES DE MENEZES
É hora de dar as notas para
quem foi notícia no US Open.
Nota 10: Andre Agassi e Serena Williams. Os dois lavaram a
alma do público americano.
Nota 9: Todd Martin. O sujeito perdeu a grande oportunidade de sua carreira. Já é veterano,
nunca emplacou de verdade e,
no domingo passado, vencendo
por 2 sets a 1, tinha de fechar o
jogo. Se não tivesse permitido a
reação de Agassi, poderia já
pensar na aposentadoria depois
de um título de Grand Slam.
Nota 8: Yevgeny Kafelnikov x
Richard Krajicek, pelas quartas-de-final. O jogo do campeonato,
cinco sets de drama e sofrimento. No tie-break do quinto set, as
pessoas gritavam na arquibancada. Kafelnikov venceu porque
conseguiu manter a calma no
pandemônio de adrenalina.
Nota 7: Venus Williams. Sucumbiu diante de Martina Hingis, mas teve o consolo do título
de duplas, ao lado da irmã.
Nota 6: Gustavo Kuerten. Pela
regularidade de "top ten", por
chegar a mais uma rodada de
quartas-de-final num Grand
Slam. Mas perder três tie-breaks
seguidos é dose.
Nota 5: Cédric Pioline. Protagonizou um anticlímax. Parece
ter jogado tudo contra Kuerten,
porque depois não ofereceu resistência a Martin.
Nota 4: Martina Hingis. Esta
temporada só serviu para tirar
da boneca suíça a aura de imbatível. Precisa melhorar a cabeça
para voltar a jogar como antes.
Nota 3: Fernando Meligeni.
Despachou um desconhecido na
primeira rodada, mas foi só.
Nota 2: Patrick Rafter. Defendia o bicampeonato e saiu logo
de cara, contundido. Grande
frustração para as fãs.
Nota 1: Marcelo Ríos. Continua decaindo. Perdeu em três
sets para o francês Nicolas Escude, sem esboçar reação.
Nota 0: Tim Henman. O inglês
ainda deve uma grande atuação
nos EUA. Foi muito feia a derrota logo na estréia, em três sets,
diante do argentino Guillermo
Cañas, que não é bom jogador
em quadras rápidas.
NOTAS
Sem comparação
Alguns desavisados já estão
levantando a bola de uma discussão sobre quem é o melhor:
Andre Agassi ou Pete Sampras?
Moçada, dá para acalmar um
pouco? A comparação nem
existe. Não dá para comparar
uma ótima temporada (Agassi,
irregular durante anos) com
uma década inteira de sucesso
(Sampras). Vamos deixar as
coisas nos devidos lugares. Ou
seja, Sampras fica lá em cima, e
Agassi, um pouco mais embaixo. Com todos os méritos.
Cabeça feita
Mais um pedido. Quem não
sabe do que está falando deve
fechar a boca. Gustavo Kuerten
não perdeu seu jogo contra
Pioline por causa de nervosismo. Perdeu porque não sacou
bem, não pressionou o francês
na hora certa e escolheu a tática
errada (trocar bolas) no último
set. Detalhes técnicos e táticos,
só isso. A cabeça foi bem, muito bem.
E-mail: thales@folhasp.com.br
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