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o campeonato como ele é
Após caos, Brasileiro dribla asterisco
Depois do tumultuado Nacional dos jogos anulados, disputa se aproxima do fim sem interferência do tapetão na tabela
Sem Zveiter no STJD e Armando Marques como chefe dos árbitros, torneio fica "limpo" pela primeira vez nos pontos corridos
RODRIGO BUENO
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de uma de suas edições mais conturbadas, o Brasileiro prima pela calmaria fora
das quatro linhas. Pela primeira vez na história dos pontos
corridos, o torneio não tem, pelo menos até a atual 29ª rodada,
nem um asterisco sequer.
Se no ano passado 11 partidas
foram anuladas por estarem
""contaminadas", segundo o
STJD (Superior Tribunal de
Justiça Desportiva), agora não
há sinal de tapetão na tabela.
E, apesar da gritaria em volta
do campo, a Comissão de Arbitragem da CBF (Confederação
Brasileira de Futebol) recebeu
apenas duas reclamações formais de clubes. Só quatro juízes
e assistentes foram para a geladeira, sendo todos já reintegrados -os asteriscos na tabela de
2005 referiam-se à suposta
manipulação de resultados nos
jogos apitados pelo árbitro
Edilson Pereira de Carvalho.
Entre outros fatores, o cenário atual sem tapetão é fruto da
troca no comando do STJD,
com a saída do polêmico Luiz
Zveiter, pivô da anulação dos
jogos. Entrou seu aliado Rubens Approbato, mais contido.
Além disso, alterações na legislação desportiva acabaram
com a enxurrada de pedidos de
impugnações de partidas.
Agora, apenas são iniciados
processos de anulação de jogos
por inscrição irregular se a procuradoria aprovar -esses eram
os casos mais comuns de impugnação. Anteriormente, bastava a denúncia do clube.
"Foram quase inexistentes
os pedidos de impugnação de
partidas neste ano", afirma Approbato. "Os clubes estão mais
atentos aos registros de jogadores, assim como a CBF."
O caso mais polêmico em
2006 envolveu o atacante De
Nigris, cuja inscrição pelo Santos foi questionada porque estava fora do prazo. Mas o atleta
foi considerado regular.
Approbato ainda ressaltou
que só deu "um ou dois efeitos
suspensivos" às decisões do tribunal. Assim, as suspensões dadas pelas Justiça Desportiva
são quase sempre cumpridas.
Com Luiz Zveiter, o então
vascaíno Edmundo disputou a
partida final do Brasileiro de
1997 apesar de expulso no jogo
anterior, o confronto de ida da
decisão contra o Palmeiras.
Outra decisão questionável
aconteceu em 1999, quando
Sérgio Zveiter, irmão de Luiz,
presidia o STJD. Foram retirados pontos do São Paulo no
Brasileiro por causa de Sandro
Hiroshi. Isso impediu o rebaixamento do Botafogo, time do
coração da família Zveiter.
Também no comando da arbitragem da CBF saiu um personagem polêmico após o escândalo do apito do ano passado. Armando Marques foi trocado por Édson Rezende.
Dentro de campo até recrudesceram as reclamações contra os juízes, como se vê nas entrevistas de vários técnicos, como Emerson Leão e Vanderlei
Luxemburgo, especialmente.
Mas, formalmente, só Botafogo e São Paulo mandaram ofícios reclamando de árbitros. Os
são-paulinos protestaram contra Carlos Eugênio Simon, em
jogo com o Flamengo. E os botafoguenses gritaram contra
Paulo Henrique Godoy, árbitro
de partida com o Corinthians.
Nenhum dos dois foi afastado. Mas Rezende admite que
evita escalá-los em jogos dos
reclamantes, embora isso não
seja uma regra. "Não podemos
trabalhar com veto. Se pegar isso, não tenho condição de trabalhar porque os clubes passam a fazer a escala", explica.
Os quatro membros do quadro de arbitragem colocados na
geladeira foram definidos por
Rezende. Foram os assistentes
Valter José dos Reis e Alfonso
Scarpati e os juízes Édson Esperidião e Wilson Souza de
Mendonça, já reintegrados.
O Dia das Crianças do ano
passado abriu os jogos anulados do STJD. Assim, o Brasileiro já tem um ano sem tapetão.
"Eu acredito que
os jogadores, os árbitros
e os técnicos
perceberam que a coisa
não podia continuar do
jeito que estava. Foi o
pior momento [o
Brasileiro do ano
passado, com o
escândalo do apito]"
ÉDSON REZENDE
presidente da Comissão de Arbitragem da
CBF, sobre o Brasileiro deste ano estar
tranqüilo fora de campo
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