|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Seleção pré-olímpica, dirigida por Luxemburgo, vence a equipe anfitriã por 2 a 0, sem dificuldades
Brasil vence violência e bate Austrália
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial a Sydney
A violência dos australianos foi,
para a seleção brasileira pré-olímpica, o maior problema do amistoso de ontem, que o time de
Wanderley Luxemburgo venceu
por 2 a 0, sem dificuldades.
No final da partida, pelo menos
quatro atletas brasileiros reclamavam por terem sido duramente
atingidos pelos adversários.
Os casos mais sérios foram os
do lateral Dedê, que machucou o
joelho direito, e do meia Alex, que
levou uma cotovelada no nariz.
O primeiro, inclusive, terá de ficar pelo menos três semanas afastado do futebol e hoje mesmo retorna à Alemanha, onde deve iniciar tratamento médico.
"O grande culpado foi o juiz (o
australiano Brett Hugo). Ele deixou a coisa correr muito solta e
deu no que deu", criticou Luxemburgo, após a partida.
"A Austrália jogou muito pesado e poderia até ter causado consequências mais graves para o futuro do Dedê como jogador profissional", afirmou, antes de reclamar também de entradas faltosas
em Athirson, substituto do próprio Dedê, e Denílson.
"Assim que acabou o jogo eu fiz
questão de falar com o três deles
(o zagueiro Moore) e pedir para
da próxima vez ele ir na bola."
Mas pelo menos a violência dos
australianos serviu, do ponto de
vista do treinador brasileiro, para
verificar a maturidade da seleção
pré-olímpica. "Eu gostei do grupo
pela reação que eles tiveram. Ninguém entrou na provocação dos
adversários. Podemos ser um time jovem em idade (jogadores
com menos de 23 anos), mas hoje
(ontem) mostramos experiência", disse o técnico.
Luxemburgo aprovou também
o esquema tático implantado, que
difere do usado no time principal.
"Na maior parte do jogo, tínhamos quatro no ataque (Alex, Denílson, Ronaldinho e Fábio Júnior). Como eles não voltam muito, os volantes (Marcos Paulo e
Mozart) têm de jogar mais fixos,
não podem avançar tanto como
um Vampeta ou um Marcos Assunção", afirmou Luxemburgo.
Além da dupla de volantes e de
Alex, os zagueiros Álvaro -"ele
grita com todo mundo"- e Fábio Bilica também foram muito
elogiados pela comissão técnica.
Álvaro, atleta do Goiás, foi o autor do primeiro gol da seleção,
anotado aos 32min do primeiro
tempo, de cabeça, após cruzamento de Ronaldinho.
O segundo foi feito por Alex,
depois de um passe de Denílson,
aos 39min da fase inicial. Antes
de marcar o gol, ele perdera boa
chance, aos 23min, quando chutou com perigo para fora.
No ataque brasileiro, a decepção ficou por conta da atuação
apagada de Ronaldinho. "Ele saiu
dizendo que estava meio tonto,
fora de sintonia, não sei se ainda
sentindo o fuso, talvez problema
de alimentação", explicou Luxemburgo. "Para o próximo jogo
(quarta, em Melbourne), colocamos uma tomada de 220 volts para ver se ele acorda."
Já Fábio Júnior, substituto de
Ronaldo, cortado na sexta pelo
técnico brasileiro do amistoso de
ontem, acha que se saiu bem.
"No primeiro tempo perdi duas
grandes chances (uma após um
chute de Athirson, outra ao receber um passe de Mozart), mas pelo menos me movimentei bem e
soube abrir espaço para meus
companheiros", analisou.
O meia-atacante Denílson
-com a ausência de Ronaldo, o
novo capitão da equipe- também gostou de sua performance.
"Tentei mudar um pouco a minha maneira de jogar. Ao invés de
insistir tanto nas jogadas individuais, toquei mais a bola e participei mais da partida", afirmou.
O jogador, no entanto, acha que
o Brasil caiu de produção no segundo tempo porque estava satisfeito com o resultado. "A gente recuou muito e deu moral para o
adversário. No próximo jogo, vamos manter o ritmo até o fim."
Mesmo assim, disse que a seleção poderia ter feito mais um gol,
se o juiz tivesse anotado pênalti
do lateral Muscat em Álvaro, aos
25min da etapa final.
Texto Anterior: Argentina perde para clube na Espanha Próximo Texto: Público em jogo grátis decepciona Índice
|