São Paulo, Segunda-feira, 15 de Novembro de 1999
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Público em jogo grátis decepciona

do enviado a Sydney

A presença de público no estádio Olímpico decepcionou a IMG, empresa de marketing esportivo que, com a Nike, promove a excursão do Brasil.
Mesmo tendo decidido não cobrar ingressos para o jogo de ontem, depois de Ronaldo, a principal estrela da partida, ter sido dispensado por Luxemburgo, só havia cerca de 35 mil pessoas no estádio, cuja capacidade é para 80 mil pessoas.
Martin Jolly, diretor da IMG, afirmou que, com Ronaldo, a empresa já havia vendido 45 mil entradas. "Não quisemos enganar o público e tornamos o jogo gratuito. Como houve filas de até 1 km para retirar os ingressos nas bilheterias, achava que poderíamos ter 80 mil pessoas", declarou.
Apesar de a imprensa local ter criticado severamente o técnico brasileiro, chegando a sugerir que era ele, e não Ronaldo, quem deveria ter deixado a Austrália, a organização preferiu responsabilizar a Inter por toda a confusão.
"Hoje é a Inter de Milão, ontem foi o Leeds (que não liberou o atacante Kewell, principal atleta da Austrália), amanhã vai ser, com certeza, outro time europeu. A Fifa tem que ajudar as seleções, que estão perdendo cada vez mais espaço para os clubes."
Os torcedores também evitaram criticar o técnico brasileiro. "Eu vinha de qualquer jeito, porque sou corintiano roxo e adoro o Luxemburgo", disse o estudante australiano Roneel Chandra, 19, que estendeu uma faixa da Gaviões da Fiel.
"Sem o Ronaldo e o Kewell o jogo ficou sem graça", afirmou o também estudante Tom O'Rourke, 16. "Mas a culpa é do mundo moderno, que só pensa em dinheiro. O jogador vai onde pagam mais. Ele só joga na seleção quando precisa se projetar", afirmou.
Mas havia quem não estava interessado na polêmica. Era o caso do palmeirense Ronaldo Hajnal, 23, que vive a expectativa de assistir à final do Mundial interclubes, em Tóquio, que seu time disputa contra o Manchester United.
"O jogo de hoje (ontem) é só um aperitivo. Para mim o que vale é o Japão. Estou tão ansioso que quero ser o primeiro a entrar no estádio (em Tóquio)." (JCA)

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