São Paulo, Segunda-feira, 15 de Novembro de 1999
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VÔLEI
Equipe de Suzano conquista sétimo título da década alheio à disputa judicial deflagrada nas finais
Report bate Banespa e tapetão no tri

da Reportagem Local

O Report-Nipomed superou o Banespa e uma pendenga judicial para conquistar o tricampeonato do Paulista masculino de vôlei.
A equipe de Suzano derrotou o adversário por 3 sets a 1 (25/23, 25/29, 27/29, 25/15), anteontem à noite, em São Caetano do Sul. Fechou, assim, a série final em 3 a 2.
Não bastasse arrebatar seu sétimo título estadual da década -tem outros três títulos nacionais-, o Report livrou o torneio e a FPV (Federação Paulista de Vôlei) de mais um constrangimento.
Minutos antes da partida, Renato Pera, presidente da entidade, afirmava que, se o Banespa fosse campeão, troféu e medalhas não seriam entregues ao grupo.
A promessa -ou bravata- era decorrente da disputa judicial entre clube e federação deflagrada no início da última semana.
Na segunda-feira, a FPV suspendera os atacantes Axé e Braz, do Banespa, o técnico Ricardo Navajas, o assistente João Conceição e o atacante Maurício Pagnota, do Report, por duas partidas.
Os cinco eram apontados como pivôs do tumulto generalizado no terceiro duelo, em Suzano, quando houve ameaças de agressões entre as equipes e invasão de quadra por três torcedores. O ato administrativo da FPV previa, também, a interdição do ginásio do Report -que teria o mando por conta da melhor campanha, numa eventual quinta partida.
Na terça-feira, o Banespa obteve na Justiça comum uma liminar assegurando-lhe a escalação de Braz e Axé -os punidos do Report não puderam assistir, em quadra, naquela noite, a derrota de seu time por 3 sets a 2.
Quando a FPV recorreu da liminar, sexta-feira, o juiz da 29ª Vara Cível não só indeferiu o pedido, como estendeu sua ação aos membros do Report. Resultado: em São Caetano do Sul, o campo ""neutro" determinado pela FPV, os cinco outrora punidos puderam defender seus clubes.
Em quadra, a superioridade do Report se caracterizou desde o início. Sem o levantador Talmo, que tinha até dificuldades para andar, por causa de dores nas costas, Navajas escalou Rodriguinho, 19, 1,84 m. O novato acabou sendo um dos destaques da final -ao lado de Lilico.
Dois aspectos foram determinantes: em quatro sets, o Report acumulou 19 pontos de bloqueio, contra 5 do Banespa. O segundo fator foram os erros: o Banespa cedeu 26 pontos dessa forma, ""recebendo" apenas 15.
""Nós temos um grupo modesto (pela primeira vez o Report não tem nenhum jogador de seleção), que assimilou minha filosofia de trabalho", comentava Ricardo Navajas, técnico do Report.
"Minha equipe se comportou dentro do previsto. O Banespa é que jogou muito mal", afirmou.
A opinião de Navajas é compartilhada pelo técnico adversário na final, Mauro Grasso.
"O fato de ter entrado na Justiça não tem nada a ver. Se mexeu, foi para os dois lados. O que faltou no jogo foi tranquilidade. Quase não consegui dar instruções técnicas e táticas, gastava o tempo tentando acalmar o grupo", disse. (JAD)


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