São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2010

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Gamova faz de novo papel de carrasca

VÔLEI
Decisiva em final, russa é a maior algoz do Brasil na década


DE SÃO PAULO

Quando a maior carrasca da seleção feminina de vôlei na década de 90, Mireya Luis, aposentou-se em 2000, surgia na Rússia uma nova algoz do Brasil. Em 1999, Ekaterina Gamova foi convocada pela primeira vez para a seleção de seu país.
Onze anos se passaram e, durante esse período, a gigante russa, de 2,02 m, impôs ao Brasil três derrotas em momentos decisivos dos principais campeonatos.
Ontem, a seleção feminina mais uma vez não conseguiu conter o seu ataque. A maioria das jogadoras do Brasil atribuiu a derrota à grande atuação de Gamova, que acabou eleita como a melhor jogadora do torneio.
"Ela jogou sozinha. Para mim, foi ela quem ganhou esse campeonato e esse jogo", disse a ponteira Jaqueline, depois do fim da partida.
A primeira vez que o Brasil foi vítima de Gamova aconteceu na semifinal da Olimpíada de Atenas, em 2004.
Na ocasião, as brasileiras desperdiçaram cinco match points no quarto set e permitiram a virada russa. Gamova foi fundamental para a vitória, marcando 32 pontos.
Em 2006, a oposto russa voltou a brilhar contra o Brasil. Na final do último Mundial, ela teve uma pontuação menos expressiva do que na Grécia -28 pontos-, mas, ainda assim, foi a maior pontuadora da partida.
Ontem, Gamova, já com 31 anos, usou sua experiência para chegar à sua atuação mais brilhante contra o Brasil. Ela fez 35 pontos na partida inteira. No tie-break, a oposto foi ainda mais decisiva, marcando oito vezes, ou mais do que a metade dos pontos da Rússia no set.
"A Gamova fez uma partida memorável, que com certeza vai ficar na história da carreira dela. Defendemos algumas bolas, mas ela teve um aproveitamento de 80%. Ela está em uma forma esplendorosa. Não conseguimos pará-la", admitiu o técnico José Roberto Guimarães, exagerando no percentual de acertos da russa.
Gamova, na verdade, converteu 55% de seus ataques em pontos, um aproveitamento considerado alto. A oposto brasileira, Sheilla, por exemplo, teve um percentual de 50%.
Em alguns momentos do jogo, a oposto russa conseguiu colocar no chão até mesmo bolas mal levantadas e com o bloqueio triplo do Brasil montado.
A facilidade para pontuar se deve, em grande parte, à sua estatura. Com 2,02 m, Gamova foi a atleta mais alta presente no Mundial.
Segundo dados da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), a oposto da Rússia alcança a bola em uma altura de 3,21 m no ataque. Com isso, ela consegue uma vantagem de 22 cm sobre o bloqueio da atleta mais alta do Brasil. A meio de rede Thaísa, de 1,96 m, atinge os 2,99 m quando salta para bloquear. (MARIANA BASTOS)


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