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Gamova faz de novo papel de carrasca
VÔLEI
Decisiva em final, russa é a maior algoz do Brasil na década
DE SÃO PAULO
Quando a maior carrasca
da seleção feminina de vôlei
na década de 90, Mireya
Luis, aposentou-se em 2000,
surgia na Rússia uma nova
algoz do Brasil. Em 1999,
Ekaterina Gamova foi convocada pela primeira vez para a
seleção de seu país.
Onze anos se passaram e,
durante esse período, a gigante russa, de 2,02 m, impôs
ao Brasil três derrotas em
momentos decisivos dos
principais campeonatos.
Ontem, a seleção feminina
mais uma vez não conseguiu
conter o seu ataque. A maioria das jogadoras do Brasil
atribuiu a derrota à grande
atuação de Gamova, que acabou eleita como a melhor jogadora do torneio.
"Ela jogou sozinha. Para
mim, foi ela quem ganhou esse campeonato e esse jogo",
disse a ponteira Jaqueline,
depois do fim da partida.
A primeira vez que o Brasil
foi vítima de Gamova aconteceu na semifinal da Olimpíada de Atenas, em 2004.
Na ocasião, as brasileiras
desperdiçaram cinco match
points no quarto set e permitiram a virada russa. Gamova
foi fundamental para a vitória, marcando 32 pontos.
Em 2006, a oposto russa
voltou a brilhar contra o Brasil. Na final do último Mundial, ela teve uma pontuação
menos expressiva do que na
Grécia -28 pontos-, mas,
ainda assim, foi a maior pontuadora da partida.
Ontem, Gamova, já com 31
anos, usou sua experiência
para chegar à sua atuação
mais brilhante contra o Brasil. Ela fez 35 pontos na partida inteira. No tie-break, a
oposto foi ainda mais decisiva, marcando oito vezes, ou
mais do que a metade dos
pontos da Rússia no set.
"A Gamova fez uma partida memorável, que com certeza vai ficar na história da
carreira dela. Defendemos algumas bolas, mas ela teve
um aproveitamento de 80%.
Ela está em uma forma esplendorosa. Não conseguimos pará-la", admitiu o técnico José Roberto Guimarães, exagerando no percentual de acertos da russa.
Gamova, na verdade, converteu 55% de seus ataques
em pontos, um aproveitamento considerado alto. A
oposto brasileira, Sheilla,
por exemplo, teve um percentual de 50%.
Em alguns momentos do
jogo, a oposto russa conseguiu colocar no chão até
mesmo bolas mal levantadas
e com o bloqueio triplo do
Brasil montado.
A facilidade para pontuar
se deve, em grande parte, à
sua estatura. Com 2,02 m, Gamova foi a atleta mais alta
presente no Mundial.
Segundo dados da FIVB
(Federação Internacional de
Vôlei), a oposto da Rússia alcança a bola em uma altura
de 3,21 m no ataque. Com isso, ela consegue uma vantagem de 22 cm sobre o bloqueio da atleta mais alta do Brasil. A meio de rede Thaísa,
de 1,96 m, atinge os 2,99 m
quando salta para bloquear.
(MARIANA BASTOS)
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