VANESSA ADACHI
de Buenos Aires

O ex-jogador argentino Diego Maradona disse que está disposto a se submeter a um tratamento de desintoxicação no exterior.
A declaração foi feita durante a entrevista exibida na noite de anteontem pelo canal argentino Fox Sports América, a primeira desde que se hospitalizou há dez dias, com uma crise cardíaca em decorrência do uso de cocaína.
O astro de 39 anos disse que ""ficaria encantado" em poder se tratar em Cuba, onde mantém uma amizade com o líder Fidel Castro. Mas admitiu que a possibilidade mais forte é ir para o Canadá.
""O médico me falou de clínicas nos EUA, mas lá não me deixam entrar", afirmou, em referência à proibição de entrar no país por seu envolvimento com a droga.
Ele mostrava a cara muito inchada, sua voz demonstrava estar sob efeito de sedativos, e sua respiração era difícil, arfando muito durante suas respostas.
Nessas condições, Maradona jurou, por suas filhas, Dalma e Gianina, que cuidará ""um pouco mais de sua saúde". ""Mas quando se trata do coração é mais difícil."
Segundo os médicos, ele só tem 38% de seu coração funcionando normalmente e pode ter um infarto a qualquer momento. ""Fiz, faço e farei tudo para escapar dessa m... (referência à cocaína), mas, por enquanto, ela está aí." Maradona disse que deve a vida a seu empresário, Guillermo Cóppola, que o internou no dia 4, na clínica Cantegrill, em Punta del Este. ""Ele será o capitão do barco até o final dos meus dias."
No momento mais emocionado da entrevista, disse: ""Os médicos me disseram que quase morri. Não quero ir embora deste mundo. Ainda sonho poder voltar a veranear com minhas filhas." Depois, agradeceu a Deus. ""Só estou aqui ainda porque o barbudo (Deus) quis", afirmou.
Entre promessas e agradecimentos, o astro argentino fez um único ataque. O alvo foi o brasileiro João Havelange, ex-presidente da Fifa. "Havelange fez coisas bem piores que consumir drogas. Ele roubou milhares de dólares e não tem vergonha disso", disse o argentino.


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