São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 1999

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Valores sobem na atual gestão

da Reportagem Local

Na gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF, aumentaram significativamente os valores dos contratos da entidade.
O patrocínio da seleção, por exemplo, foi duplicado -pulou dos cerca de US$ 1 milhão anual que a Pepsi pagava, à época da Copa-90, para os estimados US$ 2 milhões da Coca-Cola.
Mas a maior inflação da gestão Teixeira ocorreu no contrato de fornecimento esportivo.
A Umbro (US$ 1,4 milhão/ano), que vestiu a seleção na conquista do tetra, em 94, deu lugar, em 96, à Nike, com a qual a CBF assinou um contrato milionário -US$ 220 milhões em dez anos.
"Ele teve uma gestão financeira muito positiva. Conseguiu trazer recursos que nós não tínhamos. Eu me lembro de que no tempo do Octavio (Pinto Guimarães, ex-presidente da CBF) era uma penúria terrível", diz Gilberto Coelho, que foi diretor financeiro da CBF de 86 a 94 e diretor técnico de 94 até 98 -quando se demitiu por discordar de mudanças no calendário.
O milionário contrato com a Nike, de qualquer forma, deu à empresa algum poder sobre o calendário da seleção, que acabou tendo de disputar determinado número de partidas por ano, contra adversários também da Nike.
Algumas vezes, as exigências do contrato com a Nike geraram conflitos entre os dirigentes da CBF e a própria comissão técnica da seleção -descontente com o nível de alguns rivais e com a sequência de jogos amistosos.
A injeção financeira que o presidente da CBF conseguiu para a entidade garantiu jogadas como a do ano passado, quando a seleção pagou US$ 1,2 milhão pelo aluguel do Château de Grande Romaine, na França -US$ 500 mil a mais do que oferecera o México.
A gestão de Teixeira na CBF marcou também a consolidação da Traffic, do empresário J. Hawilla, como a "agência oficial" da entidade -com direitos sobre a seleção brasileira.
Até 1997, os contratos de TV do Campeonato Brasileiro eram negociados pela CBF, apesar de, desde 93, a Lei Zico garantir aos clubes o direito de fazê-lo.
Essa discrepância entre lei e realidade levou a uma guerra de liminares em 97, entre a Sportv, que assinara contrato com o Clube dos 13, e a ESPN Brasil, que tinha acordo com a CBF. (MD e RD)



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