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Valores sobem
na atual gestão
da Reportagem Local
Na gestão de Ricardo Teixeira à
frente da CBF, aumentaram significativamente os valores dos contratos da entidade.
O patrocínio da seleção, por
exemplo, foi duplicado -pulou
dos cerca de US$ 1 milhão anual
que a Pepsi pagava, à época da Copa-90, para os estimados US$ 2 milhões da Coca-Cola.
Mas a maior inflação da gestão
Teixeira ocorreu no contrato de
fornecimento esportivo.
A Umbro (US$ 1,4 milhão/ano),
que vestiu a seleção na conquista
do tetra, em 94, deu lugar, em 96, à
Nike, com a qual a CBF assinou um
contrato milionário -US$ 220
milhões em dez anos.
"Ele teve uma gestão financeira
muito positiva. Conseguiu trazer
recursos que nós não tínhamos. Eu
me lembro de que no tempo do
Octavio (Pinto Guimarães, ex-presidente da CBF) era uma penúria
terrível", diz Gilberto Coelho, que
foi diretor financeiro da CBF de 86
a 94 e diretor técnico de 94 até 98
-quando se demitiu por discordar de mudanças no calendário.
O milionário contrato com a Nike, de qualquer forma, deu à empresa algum poder sobre o calendário da seleção, que acabou tendo
de disputar determinado número
de partidas por ano, contra adversários também da Nike.
Algumas vezes, as exigências do
contrato com a Nike geraram conflitos entre os dirigentes da CBF e a
própria comissão técnica da seleção -descontente com o nível de
alguns rivais e com a sequência de
jogos amistosos.
A injeção financeira que o presidente da CBF conseguiu para a entidade garantiu jogadas como a do
ano passado, quando a seleção pagou US$ 1,2 milhão pelo aluguel do
Château de Grande Romaine, na
França -US$ 500 mil a mais do
que oferecera o México.
A gestão de Teixeira na CBF marcou também a consolidação da
Traffic, do empresário J. Hawilla,
como a "agência oficial" da entidade -com direitos sobre a seleção
brasileira.
Até 1997, os contratos de TV do
Campeonato Brasileiro eram negociados pela CBF, apesar de, desde 93, a Lei Zico garantir aos clubes
o direito de fazê-lo.
Essa discrepância entre lei e realidade levou a uma guerra de liminares em 97, entre a Sportv, que assinara contrato com o Clube dos
13, e a ESPN Brasil, que tinha acordo com a CBF.
(MD e RD)
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