da Reportagem Local

Gustavo Kuerten, 22, conhecerá hoje seu rival na estréia no Aberto da Austrália, o primeiro torneio do Grand Slam no ano, que começa na segunda, em Melbourne.
Kuerten enfrentará um jogador vindo do torneio qualificatório, que termina hoje. Fernando Meligeni, 58º do ranking mundial, pega Todd Martin, dos EUA, 16º.
No ano passado, Kuerten também estreou contra um jogador do qualificatório e venceu. Nos Abertos dos EUA de 1997 e 98, também.
"É melhor porque o cara não tem muita experiência, tem um ranking inferior", afirmou o brasileiro, 23º colocado na ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
"Por outro lado, (o rival) entra cheio de confiança e adaptado à quadra e sem nada a perder", completou Kuerten, que já tem experiência com derrotas -algumas constrangedoras- para tenistas de ranking bem inferior.
Desde que venceu o Aberto da França, em 1997, passando a ficar entre os 20 primeiros do ranking mundial, o brasileiro às vezes tem dificuldade para superar tenistas de ranking pior do que o seu.
Naquele ano, após o título em Roland Garros, das 19 derrotas que sofreu, 16 foram para jogadores pior classificados.
Em 1998, ano em que somou 41 vitórias e 25 derrotas, 18 dos jogos perdidos foram para tenistas de ranking inferior.
É certo que, quanto mais bem colocado Kuerten está -oscilou entre 12º e 23º, em 1998-, maior o número de adversários com ranking pior que ele enfrenta.
Entretanto, o brasileiro acumulou alguns resultados quase inexplicáveis, como as derrotas para, à época, o 123º do mundo (Nicolas Escudé), o 113º (Arnaud Boetsch), o 116º (Marat Safin), o 143º (Alex O'Brien), o 188º (David Nainkin), e o 192º (Alejandro Hernandez).
Ele terá a chance de revanche contra Safin na segunda rodada se o russo passar da estréia e o brasileiro também vencer seu primeiro confronto.
Um cabeça-de-chave, no caso o eslovaco Karol Kucera, oitavo do ranking, só poderá pegar Kuerten a partir da terceira rodada.
Para esse tipo de desafio, entretanto, o brasileiro costuma jogar sem pressão. Em seu retrospecto na ATP, tem oito vitórias contra seis derrotas para os "top ten".
Em 97, venceu, à época, o décimo (Wayne Ferreira), o quinto (Thomas Muster), o terceiro (Yevgeny Kafelnikov) e o segundo (Michael Chang).
Em 98, derrotou duas vezes Carlos Moyá (que aparecia, nas ocasiões, como quarto e quinto), Marcelo Ríos (segundo) e Pete Sampras (primeiro). Neste ano, venceu Greg Rusedski, o nono. (FeP)



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