São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 1999

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Repasse derruba dirigente

das agências internacionais

Assim como o movimento olímpico, o futebol também passa por maus momentos.
Em dezembro último, o presidente da mais antiga federação de futebol do planeta, a inglesa, Graham Kelly, renunciou devido a um empréstimo considerado suspeito à entidade do País de Gales.
Principal dirigente do futebol inglês havia sete anos, Kelly aprovou um repasse de US$ 5,4 milhões à federação do país vizinho, sem submeter o empréstimo, a ser pago em oito anos, nem mesmo ao comitê financeiro da FA.
Em troca, os galeses apoiariam a indicação de ingleses para os comitês executivos da Fifa e da Uefa.
Ter representantes nesses órgãos é fundamental para o sucesso da candidatura inglesa a organizar o Mundial de 2006.
A eleição do país-sede de uma Copa é feita pelo Comitê Executivo da Fifa, um clube bastante seleto, formado por 24 membros.
A Inglaterra não tem representantes nos comitês executivos da Fifa e da Uefa desde 96, quando Bert Millichip deixou o posto que ocupava.
A repercussão negativa do episódio pode acabar tendo efeito contrário às pretensões da Inglaterra -que antes mantinha uma candidatura inabalável, com apoio até de Carlos Menem, presidente da Argentina, vizinha e parceira do Brasil (também candidato a sede do Mundial de 2006).
O presidente da Associação Galesa de Futebol, John Hughes, disse que não via nada de errado no empréstimo que recebeu dos ingleses.
"Todo esse dinheiro seria utilizado em obras de caridade e na promoção de nossos jovens valores", afirmou ele.
˛ Em série
Após a renúncia de Kelly, houve pressões, vindas do comitê executivo da federação inglesa, para que o diretor executivo da entidade, Keith Wiseman, também renunciasse.
À época, ele se recusou a fazê-lo e acabou assumindo o cargo de presidente da federação de futebol da Inglaterra.
Mas não resistiu às pressões e, no início desse ano, apresentou sua demissão -o que colocou mais dúvidas na já abalada candidatura inglesa.



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