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VÔLEI
Bernardinho demonstra apreensão com a condição física do jogador, uma de suas maiores apostas, que atua na Grécia
André, o prodígio, agora preocupa seleção
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Garoto prodígio da seleção brasileira de vôlei, André Nascimento se transformou em preocupação para o técnico Bernardinho
no início do ano em que o time
busca a vaga em Atenas-2004.
O oposto de 23 anos, que joga
no Panathinaikos, está longe da
forma física ideal, o que tem prejudicado seu rendimento no
Campeonato Grego.
"A situação do André é preocupante. O Campeonato Grego é
fraco", afirmou o treinador após a
viagem que fez à Europa, há cerca
de uma semana.
Enquanto Bernardinho acompanhava o desempenho dos atletas que atuam na Itália, o preparador físico da seleção, José Inácio,
esteve na Grécia com André.
Além de orientar o oposto, Inácio conversou com os profissionais do clube grego para tentar
ajudar na preparação do jogador.
Segundo ele, o principal problema era que o trabalho físico que
estava sendo feito por André não
supria suas necessidades.
"Hoje, em uma escala com muito bom, bom, baixo e muito baixo, o rendimento dele está entre
os dois últimos. Isso é uma situação de risco. Como já conhecemos seu histórico, tentamos ajudar a orientar o treinamento."
André reconhece que não está
em sua melhor forma e diz se
preocupar com futuras lesões
-ele tem problemas crônicos no
ombro e no joelho.
"Senti que aqui [na Grécia" tem
menos treinos e trabalho da parte
física do que nos clubes do Brasil.
Estou correndo atrás, tentando
fazer algo a mais", disse o atleta.
No ano passado, o também
campeão mundial Nalbert enfrentou situação semelhante.
Após fraca temporada no Japão,
o ponta sofreu uma série de lesões
na preparação para o Mundial.
Por causa de um torcicolo, chegou a ficar fora da estréia.
"O Nalbert é um ótimo exemplo. Essa carência na preparação
física acontece pela falta de experiência dos profissionais em países sem grande tradição. Não é
desejável, mas é natural."
Apesar da preocupação de Bernardinho, André afirma que nunca temeu perder a vaga na seleção.
O jogador foi uma das maiores
apostas do treinador em seu início de trabalho. Na Liga Mundial
de 2001, o oposto entrou no time
na vaga de Marcelo Negrão, que
sofrera uma grave lesão no joelho
logo no início do campeonato. O
novato foi destaque da conquista
do título e se firmou na posição.
André, que está em meio à disputa do Campeonato Grego, afirma que sua preocupação agora é
com a situação do Panathinaikos.
"Nosso time tem muita capacidade, mas há problemas de união
do grupo. Isso mexe com a nossa
cabeça. Mas não me arrependo de
ter vindo [para a Grécia]. Aprendi muita coisa. É difícil jogar fora
do país", disse ele que, no entanto,
admite que gostaria de voltar ao
Brasil. "Já estou com saudade."
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