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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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VÔLEI

Bernardinho demonstra apreensão com a condição física do jogador, uma de suas maiores apostas, que atua na Grécia

André, o prodígio, agora preocupa seleção

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Garoto prodígio da seleção brasileira de vôlei, André Nascimento se transformou em preocupação para o técnico Bernardinho no início do ano em que o time busca a vaga em Atenas-2004.
O oposto de 23 anos, que joga no Panathinaikos, está longe da forma física ideal, o que tem prejudicado seu rendimento no Campeonato Grego.
"A situação do André é preocupante. O Campeonato Grego é fraco", afirmou o treinador após a viagem que fez à Europa, há cerca de uma semana.
Enquanto Bernardinho acompanhava o desempenho dos atletas que atuam na Itália, o preparador físico da seleção, José Inácio, esteve na Grécia com André.
Além de orientar o oposto, Inácio conversou com os profissionais do clube grego para tentar ajudar na preparação do jogador.
Segundo ele, o principal problema era que o trabalho físico que estava sendo feito por André não supria suas necessidades.
"Hoje, em uma escala com muito bom, bom, baixo e muito baixo, o rendimento dele está entre os dois últimos. Isso é uma situação de risco. Como já conhecemos seu histórico, tentamos ajudar a orientar o treinamento."
André reconhece que não está em sua melhor forma e diz se preocupar com futuras lesões -ele tem problemas crônicos no ombro e no joelho.
"Senti que aqui [na Grécia" tem menos treinos e trabalho da parte física do que nos clubes do Brasil. Estou correndo atrás, tentando fazer algo a mais", disse o atleta.
No ano passado, o também campeão mundial Nalbert enfrentou situação semelhante.
Após fraca temporada no Japão, o ponta sofreu uma série de lesões na preparação para o Mundial. Por causa de um torcicolo, chegou a ficar fora da estréia.
"O Nalbert é um ótimo exemplo. Essa carência na preparação física acontece pela falta de experiência dos profissionais em países sem grande tradição. Não é desejável, mas é natural."
Apesar da preocupação de Bernardinho, André afirma que nunca temeu perder a vaga na seleção.
O jogador foi uma das maiores apostas do treinador em seu início de trabalho. Na Liga Mundial de 2001, o oposto entrou no time na vaga de Marcelo Negrão, que sofrera uma grave lesão no joelho logo no início do campeonato. O novato foi destaque da conquista do título e se firmou na posição.
André, que está em meio à disputa do Campeonato Grego, afirma que sua preocupação agora é com a situação do Panathinaikos.
"Nosso time tem muita capacidade, mas há problemas de união do grupo. Isso mexe com a nossa cabeça. Mas não me arrependo de ter vindo [para a Grécia]. Aprendi muita coisa. É difícil jogar fora do país", disse ele que, no entanto, admite que gostaria de voltar ao Brasil. "Já estou com saudade."



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