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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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FUTEBOL

Detalhes tão pequenos

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O gol é um detalhe.
Tal afirmação, que teria partido de Carlos Alberto Parreira em alguma oportunidade em algum contexto em sua segunda passagem pelo comando da seleção brasileira, aparece já como tendência para a Copa de 2006.
Foram 28 amistosos entre seleções neste meio de semana. Seriam 29, mas um, entre Bulgária e Hungria, teve que ser interrompido pela chuva (aposto desde já que choverá com bastante frequência no próximo Mundial).
Saíram 67 gols, o que dá uma média de 2,39 gols por partida. Tal média é péssima para uma Copa e pior ainda para uma bateria de amistosos, quando os times jogam mais soltos, sem pressão ou coisa do tipo. Se levarmos em conta que algumas das seleções que jogaram nesses amistosos são tradicionais sacos de pancadas, como Malta, a coisa fica ainda pior.
Em 1974, a Copa da Alemanha registrou a média de 2,55 gols por jogo, a quarta mais baixa da história dos Mundiais. Pelo andar das seleções, a média será menor em 2006. Alguns dos amistosos ilustram bem essa tendência.
Foram quatro jogos sem gols. Além de China x Brasil, Croácia x Polônia, Turquia x Ucrânia e México x Colômbia foram 0 a 0. Essas oito equipes são potenciais participantes da próxima Copa.
A seleção com Parreira não faz um gol há cerca de 220 minutos (o último gol foi aquele de cabeça de Romário no suado 1 a 0 contra a Suécia na semifinal de 1994), mas ninguém liga muito para isso porque nesse ""jejum" veio o tetra. Já o México, dirigido pelo argentino Ricardo Lavolpe, está há 180 minutos sem marcar, e os ""hermanos" já estão querendo cabeças.
Lavolpe ficou com o cargo que poderia ter sido de Luiz Felipe Scolari, o brasileiro que chegou com força em Portugal, barrando, por exemplo, o bom atacante Nuno Gomes. Na estréia de Felipão, a seleção que já foi sensação passou em branco. Melhor para a Itália, que quase goleou (como sempre, 1 a 0 para a Azzurra é placar clássico, e 2 a 0 é goleada).
Holanda e Argentina, duas das escolas mais decantadas do futebol mundial, colocaram várias de suas estrelas na bela Arena de Amsterdã. Resultado: 1 a 0. Gol: aos 42min do segundo tempo.
As seleções européias estão recuperando o clima de Eurocopa após a parada de final de ano. Em alguns dias estarão de novo brigando por vagas no torneio que acontecerá em Portugal. A Euro, competição tradicionalmente bastante equilibrada, registra sempre baixa média de gols e será um termômetro (mais para frio) do que acontecerá na Copa.
A Alemanha, anfitriã e tentando ainda se colocar como favorita ao título em 2006, vai mantendo sua média de um gol por jogo (perdeu de 3 a 1 da Holanda em casa e agora de 3 a 1 da Espanha fora). Não é à toa que Zagallo, que em 1974 viu sua seleção não marcar na Iugoslávia, na Escócia, na Holanda e na Polônia (foram só seis gols em sete jogos), já questionou o favoritismo alemão.
Goleadas nos amistosos do meio de semana foram só duas: Egito 1 x 4 Dinamarca (os egípcios podem não ter grande equipe, mas os dinamarqueses poderão mais uma vez ser exceção pelo futebol descontraído) e Eslovênia 1 x 5 Suíça (os eslovenos não são nada bobos, mas os suíços fizeram o jogo com mais gols em Copas: 5 a 7 para a Áustria em 1954).
Se o gol é um detalhe no futebol, 2006 ameaça ter poucos detalhes.

Copa das Confederações
O torneio acaba em 2005. Falou-se que poderia ser de quatro em quatro anos, mas Platini diz que é o fim (hoje ele apita na Fifa).
Copa da Inglaterra Ontem, rolaria Manchester United x Arsenal pelas oitavas-de-final. Show, mas perto da próxima nota é apenas um detalhe.

Copa dos Campeões
Na terça-feira, Arsenal x Ajax (ESPN Brasil) e Barcelona x Inter (ESPN International). Na quarta, Milan x Lokomotiv (ESPN Brasil) e Manchester United x Juventus (ESPN International). Sério!

Brasil
Se é para comparar hoje Kaká e Robinho com Pelé e Garrincha, que seja dito o correto. O são-paulino, mais completo, seria o Pelé. O santista, mais artístico, seria o Garrincha, como escreveu Tostão.

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