|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Detalhes tão pequenos
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O gol é um detalhe.
Tal afirmação, que teria
partido de Carlos Alberto Parreira em alguma oportunidade em
algum contexto em sua segunda
passagem pelo comando da seleção brasileira, aparece já como
tendência para a Copa de 2006.
Foram 28 amistosos entre seleções neste meio de semana. Seriam 29, mas um, entre Bulgária e
Hungria, teve que ser interrompido pela chuva (aposto desde já
que choverá com bastante frequência no próximo Mundial).
Saíram 67 gols, o que dá uma
média de 2,39 gols por partida.
Tal média é péssima para uma
Copa e pior ainda para uma bateria de amistosos, quando os times
jogam mais soltos, sem pressão ou
coisa do tipo. Se levarmos em conta que algumas das seleções que
jogaram nesses amistosos são tradicionais sacos de pancadas, como Malta, a coisa fica ainda pior.
Em 1974, a Copa da Alemanha
registrou a média de 2,55 gols por
jogo, a quarta mais baixa da história dos Mundiais. Pelo andar
das seleções, a média será menor
em 2006. Alguns dos amistosos
ilustram bem essa tendência.
Foram quatro jogos sem gols.
Além de China x Brasil, Croácia x
Polônia, Turquia x Ucrânia e México x Colômbia foram 0 a 0. Essas oito equipes são potenciais
participantes da próxima Copa.
A seleção com Parreira não faz
um gol há cerca de 220 minutos (o
último gol foi aquele de cabeça de
Romário no suado 1 a 0 contra a
Suécia na semifinal de 1994), mas
ninguém liga muito para isso porque nesse ""jejum" veio o tetra. Já
o México, dirigido pelo argentino
Ricardo Lavolpe, está há 180 minutos sem marcar, e os ""hermanos" já estão querendo cabeças.
Lavolpe ficou com o cargo que
poderia ter sido de Luiz Felipe
Scolari, o brasileiro que chegou
com força em Portugal, barrando,
por exemplo, o bom atacante Nuno Gomes. Na estréia de Felipão,
a seleção que já foi sensação passou em branco. Melhor para a
Itália, que quase goleou (como
sempre, 1 a 0 para a Azzurra é
placar clássico, e 2 a 0 é goleada).
Holanda e Argentina, duas das
escolas mais decantadas do futebol mundial, colocaram várias de
suas estrelas na bela Arena de
Amsterdã. Resultado: 1 a 0. Gol:
aos 42min do segundo tempo.
As seleções européias estão recuperando o clima de Eurocopa
após a parada de final de ano. Em
alguns dias estarão de novo brigando por vagas no torneio que
acontecerá em Portugal. A Euro,
competição tradicionalmente
bastante equilibrada, registra
sempre baixa média de gols e será um termômetro (mais para
frio) do que acontecerá na Copa.
A Alemanha, anfitriã e tentando ainda se colocar como favorita
ao título em 2006, vai mantendo
sua média de um gol por jogo
(perdeu de 3 a 1 da Holanda em
casa e agora de 3 a 1 da Espanha
fora). Não é à toa que Zagallo,
que em 1974 viu sua seleção não
marcar na Iugoslávia, na Escócia,
na Holanda e na Polônia (foram
só seis gols em sete jogos), já questionou o favoritismo alemão.
Goleadas nos amistosos do
meio de semana foram só duas:
Egito 1 x 4 Dinamarca (os egípcios
podem não ter grande equipe,
mas os dinamarqueses poderão
mais uma vez ser exceção pelo futebol descontraído) e Eslovênia 1
x 5 Suíça (os eslovenos não são
nada bobos, mas os suíços fizeram o jogo com mais gols em Copas: 5 a 7 para a Áustria em 1954).
Se o gol é um detalhe no futebol,
2006 ameaça ter poucos detalhes.
Copa das Confederações
O torneio acaba em 2005. Falou-se que poderia ser de quatro em
quatro anos, mas Platini diz que é o fim (hoje ele apita na Fifa).
Copa da Inglaterra
Ontem, rolaria Manchester United x Arsenal pelas oitavas-de-final. Show, mas perto da próxima nota é apenas um detalhe.
Copa dos Campeões
Na terça-feira, Arsenal x Ajax (ESPN Brasil) e Barcelona x Inter
(ESPN International). Na quarta, Milan x Lokomotiv (ESPN Brasil) e Manchester United x Juventus (ESPN International). Sério!
Brasil
Se é para comparar hoje Kaká e Robinho com Pelé e Garrincha,
que seja dito o correto. O são-paulino, mais completo, seria o Pelé.
O santista, mais artístico, seria o Garrincha, como escreveu Tostão.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
Texto Anterior: COC vai à Justiça para se livrar de polêmicas Próximo Texto: Vôlei: André, o prodígio, agora preocupa seleção Índice
|