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Do sonho de Pelé ao pesadelo da CBF
JUCA KFOURI
da Equipe de Articulistas
A liga de Pelé é um sonho, um
belo sonho, mas só um sonho,
nada mais do que um sonho.
Apenas com Cris (que abusa
de fazer pênaltis desnecessários) para jogar ao lado de Gamarra e sem um centroavante
de verdade (Fernando deve ser
convocado para o Mundial
sub-20), a Libertadores continuará a ser também só um sonho para os corintianos.
E só com um belo elenco, mas
sem unidade, os palmeirenses
correm o mesmo risco.
O bi do Vasco é ainda a melhor aposta.
O gol de empate do Santos
contra a Matonense foi feito em
impedimento, mas corretamente dado como regular pelo
auxiliar, que, enfim, obedeceu
à determinação da Fifa, que recomenda deixar o lance seguir
quando houver dúvida.
Em dúvida, pró-ataque, diz a
Fifa sabiamente -e o lance foi
daqueles impossíveis de ser detectados pelo olho humano.
Ao reaparecer diante do Parma, na quarta-feira passada,
Ronaldinho teve quatro ou cinco lampejos daqueles que dão a
certeza de que ele voltará a ser
o fenômeno que foi.
Contra o Milan no sábado, no
entanto, parecia um pugilista
sonolento ou um craque veterano cujo corpo não atende ao
que o cérebro determina.
É incompreensível que ele
não esteja sendo submetido a
um tratamento psiquiátrico.
E por falar em pugilistas: há
quem defenda dois árbitros no
futebol e pode ser que dê certo.
Mas três jurados é muito para
o boxe. A menos que já estejam
devidamente combinados para
promover mais uma ""sensacional luta do século".
Além da representação feita
pelo deputado Aldo Rebelo (PC
do B-SP) à Procuradoria da República no Distrito Federal,
aceita pelo procurador-chefe
Luiz Augusto Santos Lima e
por ele distribuída para o Rio
de Janeiro, onde se encontra
nas mãos da procuradora Gisele Santoro, mais quatro parlamentares fizeram o mesmo em
relação ao contrato CBF-Nike.
Todos são do PT -Jaques
Wagner (BA), Arlindo Chinaglia (SP), Dr. Rosinha (PR) e
Paulo Rocha (PA)-, e o fundamento de sua representação
vai além da feita por Rebelo.
As representações coincidem
na defesa do futebol como patrimônio cultural brasileiro,
algo que encontra respaldo na
Lei Pelé, mas a dos petistas
acrescenta ""um outro prejuízo
menos visível e muito mais grave", em razão do que ""a Nike
representa no mercado de trabalho".
Citando princípios consagrados pela Constituição brasileira, a representação menciona
ser ""fato conhecido mundialmente que a Nike explora mão-de-obra na Ásia e em outras regiões, com práticas desrespeitosas à integridade física e moral
de trabalhadores e trabalhadoras", além da exploração do
trabalho infantil.
Sem dinheiro até para promover os imprescindíveis exames
antidopagem na Copa do Brasil, a CBF, de fato, vive um tempo de pesadelos.
Começa a circular entre parlamentares, cartolas e jornalistas um dossiê sobre bastidores
da entidade que inclui até fotos
indiscretas feitas dentro da
Granja Comary.
Juca Kfouri escreve aos domingos, às terças e às
sextas-feiras
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