São Paulo, Terça-feira, 16 de Março de 1999
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BASQUETE NO MUNDO
Como está, fica

MELCHIADES FILHO

Comprovando o conservadorismo da NBA, três das quatro melhores campanhas de 1999 pertencem a equipes que mantiveram intactos seus núcleos de 1998: Utah Jazz, Portland Trail Blazers e Indiana Pacers. E o Miami Heat, que completa o quarteto de elite, somente mudou alguns de seus titulares por razões médicas.
Sobre o Utah e o Indiana, símbolos do basquete solidário, de execução e paciência, nada tenho a acrescentar. Já escrevi -e sigo acreditando- que são os favoritos do campeonato.
Quanto ao Portland, um dos mais jovens times da NBA, com média de 26,6 anos, parece que alcançou o topo antes da hora prevista.
O time do Pacífico transplantou com sucesso a fórmula de jogo do Indiana. Como seu técnico carece da estrela e do currículo de Larry Bird -é o sossegado Mike Dunleavy-, a imprensa demorou para perceber.
Diferentemente da maioria, o Portland usa mais de três reservas por partida e aposta num ataque disperso, versátil, sem jogada fixa. Sete Blazers já anotaram mais de 20 pontos num jogo neste ano, mas, sintomaticamente, só um, Isaiah Rider (média de 16,4), figura entre os 50 cestinhas do torneio.
Esse equilíbrio dava ao Portland, até ontem, o melhor diferencial de pontos (marcados - sofridos) do torneio: 9,6. O time também aparecia entre os "top 5" em ataque (3º), rebotes (3º) e precisão nos arremessos (5º).
Mas os fãs do time, um dos mais populares na virada dos 80/90, quando a NBA ganhou espaço na TV brasileira, não devem se entusiasmar tanto.
A inexperiência vai atrapalhar os Blazers na reta final da temporada, e, diante da volatilidade da liga norte-americana, até mesmo o futuro é incerto. Basta lembrar o que ocorreu com Denver, Orlando e Charlotte, que implodiram no início da década, poucos anos depois de serem apontados pela mídia como "equipes do futuro".

NOTAS

Mexido 1
Os Lakers voltaram a sacudir o mercado, abrindo mão do titular Eddie Jones e do reserva Elden Campbell para contratar a pontaria precisa de Glen Rice. Para muitos, o time de Los Angeles enfim completou seu quebra-cabeças tático: os tiros de longa distância de Rice punirão quem reforçar a marcação sobre o gigante Shaquille O'Neal. Para mim, o negócio veio em hora errada: será difícil reentrosar a equipe neste ano, principalmente porque Rice ainda se recupera de uma contusão no cotovelo direito (o braço que arremessa).

Mexido 2
Grande decepção da temporada, o New Jersey também se mexeu nos últimos dias. Contratou o excelente armador Stephon Marbury, que estava insatisfeito no Minnesota, e ontem demitiu o histérico técnico John Calipari. Difícil dizer qual decisão foi a mais correta.

E-mail melk@uol.com.br


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