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BASQUETE NO MUNDO
Como está, fica
MELCHIADES FILHO
Comprovando o conservadorismo da NBA, três das quatro
melhores campanhas de 1999
pertencem a equipes que mantiveram intactos seus núcleos de
1998: Utah Jazz, Portland Trail
Blazers e Indiana Pacers. E o
Miami Heat, que completa o
quarteto de elite, somente mudou alguns de seus titulares por
razões médicas.
Sobre o Utah e o Indiana, símbolos do basquete solidário, de
execução e paciência, nada tenho a acrescentar. Já escrevi -e
sigo acreditando- que são os
favoritos do campeonato.
Quanto ao Portland, um dos
mais jovens times da NBA, com
média de 26,6 anos, parece que
alcançou o topo antes da hora
prevista.
O time do Pacífico transplantou com sucesso a fórmula de jogo do Indiana. Como seu técnico
carece da estrela e do currículo
de Larry Bird -é o sossegado
Mike Dunleavy-, a imprensa
demorou para perceber.
Diferentemente da maioria, o
Portland usa mais de três reservas por partida e aposta num
ataque disperso, versátil, sem
jogada fixa. Sete Blazers já anotaram mais de 20 pontos num
jogo neste ano, mas, sintomaticamente, só um, Isaiah Rider
(média de 16,4), figura entre os
50 cestinhas do torneio.
Esse equilíbrio dava ao Portland, até ontem, o melhor diferencial de pontos (marcados -
sofridos) do torneio: 9,6. O time
também aparecia entre os "top
5" em ataque (3º), rebotes (3º) e
precisão nos arremessos (5º).
Mas os fãs do time, um dos
mais populares na virada dos
80/90, quando a NBA ganhou
espaço na TV brasileira, não devem se entusiasmar tanto.
A inexperiência vai atrapalhar os Blazers na reta final da
temporada, e, diante da volatilidade da liga norte-americana,
até mesmo o futuro é incerto.
Basta lembrar o que ocorreu
com Denver, Orlando e Charlotte, que implodiram no início da
década, poucos anos depois de
serem apontados pela mídia como "equipes do futuro".
NOTAS
Mexido 1
Os Lakers voltaram a sacudir
o mercado, abrindo mão do titular Eddie Jones e do reserva
Elden Campbell para contratar
a pontaria precisa de Glen Rice.
Para muitos, o time de Los Angeles enfim completou seu quebra-cabeças tático: os tiros de
longa distância de Rice punirão
quem reforçar a marcação sobre o gigante Shaquille O'Neal.
Para mim, o negócio veio em
hora errada: será difícil reentrosar a equipe neste ano, principalmente porque Rice ainda
se recupera de uma contusão
no cotovelo direito (o braço
que arremessa).
Mexido 2
Grande decepção da temporada, o New Jersey também se
mexeu nos últimos dias. Contratou o excelente armador Stephon Marbury, que estava insatisfeito no Minnesota, e ontem demitiu o histérico técnico
John Calipari. Difícil dizer qual
decisão foi a mais correta.
E-mail melk@uol.com.br
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