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FUTEBOL
Técnico do Corinthians descarta estratégia para evitar cobranças do artilheiro do Vasco, desafeto de sua diretoria
Geninho assume risco contra Marcelinho
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em três partidas, o vascaíno
Marcelinho fez três gols de falta
neste Brasileiro. A marca não é
suficiente para intimidar o técnico corintiano, Geninho.
Ele assumiu o risco de transformar seu time em outra vítima do
meia-atacante e descartou adotar
uma estratégia para evitar faltas
perto da área hoje, a partir das
21h40, em São Januário.
"O Marcelinho é um bom batedor, mas não consegue fazer gols
em todas as cobranças. Prefiro
uma cobrança de falta a ter um
adversário entrando na minha
área", justificou o treinador.
Geninho é o único no Parque
São Jorge a não demonstrar muita
preocupação com o ex-ídolo corintiano, hoje desafeto da diretoria, que o rejeitou como reforço,
após seu retorno do Japão, por
causa de uma disputa judicial travada com o jogador.
O meia-atacante é responsável
por quatro dos nove gols do Vasco no Nacional-2003.
A maioria dos atletas fala em fazer justamente o que o chefe não
recomenda: evitar cometer faltas
perto do gol de Doni.
Talvez, a confiança do técnico
exista por causa do fato de o Corinthians ainda não ter sofrido nenhum gol de falta na temporada.
Por via das dúvidas, os atletas
dão dicas a Doni. "O Marcelinho
dá uma paradinha, aí a barreira
sobe, e ele bate", recordou Kléber.
Na final do Paulista-2001, pelo
Botafogo, Doni levou um gol de
falta de Marcelinho.
No Vasco, ele não se destaca só
por sua pontaria. Segundo o Datafolha, o ex-corintiano é o jogador mais acionado do time, com
32 bolas recebidas (em média).
Ele também é o atleta que mais
finaliza no Nacional, com média
de 8,3 arremates. Marcelinho é o
principal responsável pelos cruzamentos do Vasco. Repete essa
jogada 10,7 vezes em cada partida.
Para anular o meia-atacante, o
volante Fabinho gostaria de marcá-lo individualmente. "Desse jeito você cola no jogador o tempo
inteiro. Fica bom para você e ruim
para ele", explicou.
Porém Geninho faz restrições a
usar essa estratégia. "Posso marcar o Marcelinho individualmente só quando ele estiver mais perto da área. No meio-de-campo,
não é necessário."
Os atletas corintianos minimizaram o atrito que tiveram com
Marcelinho, afastado em 2001,
após um desentendimento com
Ricardinho. Na ocasião, o time todo declarou apoio ao atleta que
agora está no São Paulo.
"O problema do Marcelinho foi
com outros jogadores. Eu o admiro muito, desde que era só torcedor. Depois, ele me ajudou muito
no começo de carreira", disse Gil.
Já a diretoria ainda tem mágoas.
O presidente Alberto Dualib vetou a volta do meia-atacante, que
chegou a ir até o Parque São Jorge
para tentar negociar. Com os dirigentes, o problema é o fato de
Marcelinho ter saído do clube em
litígio para defender o Santos. As
duas partes ainda disputam na
Justiça e na semana passada voltaram a trocar farpas.
Com ou sem as cobranças do
meia-atacante, o jogo terá muitos
gols, se as equipes repetirem o desempenho que tiveram até aqui
no Nacional. Ao lado do Cruzeiro,
os dois times têm o melhor ataque, com nove gols. A defesa vascaína foi vazada dez vezes e é a segunda pior. A do Corinthians levou sete gols até agora.
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