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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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FUTEBOL

Técnico do Corinthians descarta estratégia para evitar cobranças do artilheiro do Vasco, desafeto de sua diretoria

Geninho assume risco contra Marcelinho

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em três partidas, o vascaíno Marcelinho fez três gols de falta neste Brasileiro. A marca não é suficiente para intimidar o técnico corintiano, Geninho.
Ele assumiu o risco de transformar seu time em outra vítima do meia-atacante e descartou adotar uma estratégia para evitar faltas perto da área hoje, a partir das 21h40, em São Januário.
"O Marcelinho é um bom batedor, mas não consegue fazer gols em todas as cobranças. Prefiro uma cobrança de falta a ter um adversário entrando na minha área", justificou o treinador.
Geninho é o único no Parque São Jorge a não demonstrar muita preocupação com o ex-ídolo corintiano, hoje desafeto da diretoria, que o rejeitou como reforço, após seu retorno do Japão, por causa de uma disputa judicial travada com o jogador.
O meia-atacante é responsável por quatro dos nove gols do Vasco no Nacional-2003.
A maioria dos atletas fala em fazer justamente o que o chefe não recomenda: evitar cometer faltas perto do gol de Doni.
Talvez, a confiança do técnico exista por causa do fato de o Corinthians ainda não ter sofrido nenhum gol de falta na temporada.
Por via das dúvidas, os atletas dão dicas a Doni. "O Marcelinho dá uma paradinha, aí a barreira sobe, e ele bate", recordou Kléber.
Na final do Paulista-2001, pelo Botafogo, Doni levou um gol de falta de Marcelinho.
No Vasco, ele não se destaca só por sua pontaria. Segundo o Datafolha, o ex-corintiano é o jogador mais acionado do time, com 32 bolas recebidas (em média).
Ele também é o atleta que mais finaliza no Nacional, com média de 8,3 arremates. Marcelinho é o principal responsável pelos cruzamentos do Vasco. Repete essa jogada 10,7 vezes em cada partida.
Para anular o meia-atacante, o volante Fabinho gostaria de marcá-lo individualmente. "Desse jeito você cola no jogador o tempo inteiro. Fica bom para você e ruim para ele", explicou.
Porém Geninho faz restrições a usar essa estratégia. "Posso marcar o Marcelinho individualmente só quando ele estiver mais perto da área. No meio-de-campo, não é necessário."
Os atletas corintianos minimizaram o atrito que tiveram com Marcelinho, afastado em 2001, após um desentendimento com Ricardinho. Na ocasião, o time todo declarou apoio ao atleta que agora está no São Paulo.
"O problema do Marcelinho foi com outros jogadores. Eu o admiro muito, desde que era só torcedor. Depois, ele me ajudou muito no começo de carreira", disse Gil.
Já a diretoria ainda tem mágoas. O presidente Alberto Dualib vetou a volta do meia-atacante, que chegou a ir até o Parque São Jorge para tentar negociar. Com os dirigentes, o problema é o fato de Marcelinho ter saído do clube em litígio para defender o Santos. As duas partes ainda disputam na Justiça e na semana passada voltaram a trocar farpas.
Com ou sem as cobranças do meia-atacante, o jogo terá muitos gols, se as equipes repetirem o desempenho que tiveram até aqui no Nacional. Ao lado do Cruzeiro, os dois times têm o melhor ataque, com nove gols. A defesa vascaína foi vazada dez vezes e é a segunda pior. A do Corinthians levou sete gols até agora.


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