São Paulo, sábado, 16 de abril de 2005

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O PERSONAGEM 2

Para mãe, atleta é da paz e "tição" é cumprimento

DE BUENOS AIRES

O argentino Leandro Desábato falou pouco no telefonema que deu para a mãe, Lucía Desábato, às 14h15 de ontem, após sair da prisão. Só comunicou que recuperara a liberdade.
Como as palavras foram escassas, Lucía, 52, avaliou o estado de ânimo do filho pela voz. Concluiu que ele "estava bem". "Não parecia tão quebrantado. É um menino forte, graças a Deus. Acho que nós aqui nos quebrantamos mais", disse Lucía à Folha, de Cafferata, cidade no interior da Argentina.
A mulher de Desábato, Luisina Priotti, 21, não falou com o marido. Ela havia viajado para fazer exames pré-natais em uma cidade próxima. Luisina espera o primeiro filho do casal, Máximo, para o início de junho.
A mãe do jogador afirma que a família "é da paz" e "contra todo tipo de discriminação". Ela diz não compreender o que ocorreu com o filho no Brasil. "Isso tudo vai além do meu alcance. Meu filho é uma boa pessoa e saiu daqui para trabalhar."
Lucía afirma acreditar que, "se é que ele falou o que estão dizendo", deve ter empregado uma forma de tratamento habitual na família, "sem intenção de ofender". "Aqui nos cumprimentamos dizendo: "Oi, tição", "Tchau, careca". É o nosso jeito de ser, que, pelo visto, é errado segundo a Justiça brasileira."
A mãe do jogador ainda não sabe quando vai reencontrar o filho. "Ele ficou de me ligar quando chegar."
Desábato vive na grande Buenos Aires e sua família, na Província de Santa Fé, no norte do país. Enquanto não revê o filho, Lucía vai tentando superar tudo. "São coisas que acontecem." (SA)


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