São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novo projeto do Morumbi prevê zerar pontos cegos

Comitê paulista para 2014 diz que solucionou problema crônico de visibilidade

No documento enviado à Fifa ontem, há rebaixamento do gramado em mais um metro e alterações estruturais no desenho das arquibancadas

DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto do Morumbi para 2014 seguiu ontem para a avaliação da Fifa com alterações profundas em relação à última versão, enviada em fevereiro, e um incremento considerável no custo das obras, que começou em R$ 135 milhões e agora ultrapassa os R$ 300 milhões. As mudanças prometem acabar com todos os problemas de visibilidade do estádio.
São Paulo pleiteia a abertura da Copa, mas, após a entrega do último projeto, a Fifa avaliou que o estádio só estava apto a receber, no máximo, as oitavas de final da competição.
"Estamos convictos de que esse novo projeto vai atender aos requisitos da Fifa para que São Paulo se candidate à abertura", afirmou Ralf Amann, diretor da GMP, empresa de arquitetura alemã responsável pelos projetos do Morumbi.
As principais mudanças estão centradas nas arquibancadas. No novo projeto, os níveis intermediário e térreo do estádio serão demolidos e darão lugar a apenas um nível, abaixo do superior, que se estenderá até o gramado. Na versão anterior, havia um prolongamento apenas na arquibancada oeste.
O novo nível cobrirá a pista de atletismo e se aproximará bastante do campo, adquirindo sua geometria retangular, e não a oval do estádio.
De acordo com a GMP, o gramado será rebaixado em um metro a mais do que o previsto em fevereiro, totalizando três metros de afundamento.
Para que isso seja possível, é necessário a prefeitura transferir a galeria de água que passa debaixo do estádio -e evita enchentes na região- para o lado externo. Além da nova canalização, o projeto do entorno ainda prevê a construção de três piscinões, com 50 m3 cada um, que custarão R$ 125 milhões a mais aos cofres públicos.
Segundo o Comitê de São Paulo para a Copa-2014, essas mudanças serão suficientes para solucionar um problema crônico do Morumbi: os pontos cegos. No último projeto, foram detectadas 15 mil cadeiras com visibilidade obstruída, que acabaram descartadas pela Fifa na contabilização da capacidade final. Sendo assim, o estádio não atingia os 65 mil assentos mínimos exigidos para sediar a partida de abertura.
A capacidade total do novo projeto é de 67.450 lugares. Estão previstos 1.500 novos assentos no anel superior.
Haverá outras alterações pontuais, como a colocação de arquibancadas provisórias atrás do gol. Após a Copa, esses 2.400 assentos provisórios seriam removidos para dar abertura aos restaurantes do estádio. Segundo a GMP, as arquibancadas provisórias serão visualmente similares às demais.
Há alterações previstas para a parte externa. O local exigido pela Fifa para abrigar os caminhões geradores de imagem de TV mudou de lugar. Antes, seria na parte subterrânea da praça Roberto Gomes Pedrosa -será agora na parte superior.
Com experiência na elaboração de projetos de outras Copas, como a da Alemanha, em 2006, e a da África do Sul, neste ano, a GMP considera natural ter de fazer tantas alterações para atender à entidade máxima do futebol mundial. "Ainda que a Fifa considere esse projeto apto à abertura, continuará havendo sempre um pingue-pongue [entre o comitê e a federação] para se fazer novos ajustes", afirmou Amann.
(EDUARDO ARRUDA E MARIANA BASTOS)


Texto Anterior: Morumbi "zera erro" e aciona governos
Próximo Texto: Exigências para o Mundial ficam maiores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.