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Novo projeto do Morumbi prevê zerar pontos cegos
Comitê paulista para 2014 diz que solucionou problema crônico de visibilidade
No documento enviado à Fifa ontem, há rebaixamento do gramado em mais um metro e alterações estruturais no desenho das arquibancadas
DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto do Morumbi para
2014 seguiu ontem para a avaliação da Fifa com alterações
profundas em relação à última
versão, enviada em fevereiro, e
um incremento considerável
no custo das obras, que começou em R$ 135 milhões e agora
ultrapassa os R$ 300 milhões.
As mudanças prometem acabar
com todos os problemas de visibilidade do estádio.
São Paulo pleiteia a abertura
da Copa, mas, após a entrega do
último projeto, a Fifa avaliou
que o estádio só estava apto a
receber, no máximo, as oitavas
de final da competição.
"Estamos convictos de que
esse novo projeto vai atender
aos requisitos da Fifa para que
São Paulo se candidate à abertura", afirmou Ralf Amann, diretor da GMP, empresa de arquitetura alemã responsável
pelos projetos do Morumbi.
As principais mudanças estão centradas nas arquibancadas. No novo projeto, os níveis
intermediário e térreo do estádio serão demolidos e darão lugar a apenas um nível, abaixo
do superior, que se estenderá
até o gramado. Na versão anterior, havia um prolongamento
apenas na arquibancada oeste.
O novo nível cobrirá a pista
de atletismo e se aproximará
bastante do campo, adquirindo
sua geometria retangular, e não
a oval do estádio.
De acordo com a GMP, o gramado será rebaixado em um
metro a mais do que o previsto
em fevereiro, totalizando três
metros de afundamento.
Para que isso seja possível, é
necessário a prefeitura transferir a galeria de água que passa
debaixo do estádio -e evita enchentes na região- para o lado
externo. Além da nova canalização, o projeto do entorno ainda prevê a construção de três
piscinões, com 50 m3 cada um,
que custarão R$ 125 milhões a
mais aos cofres públicos.
Segundo o Comitê de São
Paulo para a Copa-2014, essas
mudanças serão suficientes para solucionar um problema
crônico do Morumbi: os pontos
cegos. No último projeto, foram detectadas 15 mil cadeiras
com visibilidade obstruída, que
acabaram descartadas pela Fifa
na contabilização da capacidade final. Sendo assim, o estádio
não atingia os 65 mil assentos
mínimos exigidos para sediar a
partida de abertura.
A capacidade total do novo
projeto é de 67.450 lugares. Estão previstos 1.500 novos assentos no anel superior.
Haverá outras alterações
pontuais, como a colocação de
arquibancadas provisórias
atrás do gol. Após a Copa, esses
2.400 assentos provisórios seriam removidos para dar abertura aos restaurantes do estádio. Segundo a GMP, as arquibancadas provisórias serão visualmente similares às demais.
Há alterações previstas para
a parte externa. O local exigido
pela Fifa para abrigar os caminhões geradores de imagem de
TV mudou de lugar. Antes, seria na parte subterrânea da
praça Roberto Gomes Pedrosa
-será agora na parte superior.
Com experiência na elaboração de projetos de outras Copas, como a da Alemanha, em
2006, e a da África do Sul, neste
ano, a GMP considera natural
ter de fazer tantas alterações
para atender à entidade máxima do futebol mundial. "Ainda
que a Fifa considere esse projeto apto à abertura, continuará
havendo sempre um pingue-pongue [entre o comitê e a federação] para se fazer novos
ajustes", afirmou Amann.
(EDUARDO ARRUDA E MARIANA BASTOS)
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