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São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003

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BOXE

"Com Caipira não se Brinca"

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mariana Yeda Pereira, 28 anos, 1,65 m e 50 kg, é natural de Auriflama (568 km a noroeste de São Paulo). Morou até 2002 em Araraquara (273 km a noroeste de São Paulo) e, pela descrição, ninguém desconfiaria que integrou um grupo de rodeio feminino que se apresentou em diversos Estados (SP, MG, MT etc.) montando cavalos bravos.
"Nós, peoas, éramos um grupo fechado, mas nos sorteios pegávamos cavalos bravos, reservados para os homens. Alguns ficavam enciumados ao ver mulheres se apresentando com os cavalos que antes eram só deles", diz Pereira.
Nazaré dos Reis Brito, 30, 62 kg, trabalha na Guarda Municipal de Rio Claro (175 km a noroeste de São Paulo) como motorista de viatura. Já praticou caratê e e jiu-jitsu. Está se separando, mas não por praticar esses esportes considerados violentos. "Meu marido não teria do que reclamar. Nos conhecemos na academia", diz.
Elas mostram que o título do filme com Elvis Presley "Com Caipira não se Brinca" está certo.
Ambas participarão da primeira edição do Campeonato Paulista de boxe feminino, de 28 de julho a 3 de agosto, em Itapira (176 km ao norte de São Paulo).
E é justamente por causa de atletas oriundas do interior e do litoral, a maioria das competidoras, que sua realização será possível. Pode parecer contraditório, mas, apesar de o primeiro Brasileiro feminino ter sido disputado no ano passado, nunca aconteceu um Estadual de boxe feminino.
Isso porque não havia número suficiente de lutadoras em cada região para fazer um Estadual.
Segundo as estimativas do organizador da competição, Marcos Macedo, chefe de seção técnica (boxe) do Centro Olímpico, das 40 boxeadoras que estarão no Paulista feminino, cerca de 70% virão do interior e do litoral.
Elas são, além dos municípios já citados acima, de Piracicaba, Marília, Guarulhos, Santos, Bertioga, Santa Isabel, Osasco, São Vicente, Itápolis, Itariri e Itanhaém.
"Foi uma surpresa constatar que havia tantas boxeadoras em São Paulo", analisou Maria Aparecida Oliveira, diretora do departamento feminino da Confederação Brasileira de Boxe.
As demais viriam do próprio Centro Olímpico (onde algumas "caipirinhas" treinam), da Vila Manchester, Ceret e Nacional.
Mesmo com tal número de pugilistas, serão necessários ajustes para tornar o Paulista mais competitivo. Assim, se a Associação Internacional de Boxe Amador reconhece 13 categorias de peso, na edição inaugural do campeonato serão "oito ou nove" (a CBB já deu aval para tal adaptação).
Para evitar decepções alimentadas por expectativas irreais, é bom adiantar que, como a maioria das pugilistas tem um número limitado de combates, não se deve esperar muita técnica. Mas, ao mesmo tempo, é interessante dizer que é por meio desse tipo de iniciativa que vai surgir qualidade. E podem ocorrer surpresas.
Por exemplo, quem esperaria que a brasileira Ana Paula Santos, que deixou o Brasil com só dez lutas, fosse ao Mundial feminino do ano passado e voltasse com uma medalha de bronze?

Na telinha 1
A HBO 2 exibe ao vivo amanhã, às 23h, a unificação dos cinturões dos leves da Federação Internacional de Boxe e da Associação Mundial de Boxe entre Paul Spadafora (EUA) e Leonard Dorin (ROM).

Na telinha 2
Alguns esclarecimentos sobre a coluna anterior, que gerou confusão entre alguns leitores. Em nenhum momento esta coluna desmentiu as informações da entrevista de Popó ao UOL, que revelou sua separação na última semana. Ao contrário, como na sequência o superpena emitiu informações que conflitavam com as anteriores, analisei a situação e lembrei outras declarações contraditórias do passado de Popó. Em tempo, apesar de afirmar que "estavam só dando um tempo, profissionalmente", foi visto com uma nova "namorada".

E-mail eohata@folhasp.com.br


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