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BOXE
"Com Caipira não se Brinca"
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mariana Yeda Pereira, 28
anos, 1,65 m e 50 kg, é natural de Auriflama (568 km a noroeste de São Paulo). Morou até
2002 em Araraquara (273 km a
noroeste de São Paulo) e, pela
descrição, ninguém desconfiaria
que integrou um grupo de rodeio
feminino que se apresentou em
diversos Estados (SP, MG, MT
etc.) montando cavalos bravos.
"Nós, peoas, éramos um grupo
fechado, mas nos sorteios pegávamos cavalos bravos, reservados
para os homens. Alguns ficavam
enciumados ao ver mulheres se
apresentando com os cavalos que
antes eram só deles", diz Pereira.
Nazaré dos Reis Brito, 30, 62 kg,
trabalha na Guarda Municipal
de Rio Claro (175 km a noroeste
de São Paulo) como motorista de
viatura. Já praticou caratê e e jiu-jitsu. Está se separando, mas não
por praticar esses esportes considerados violentos. "Meu marido
não teria do que reclamar. Nos
conhecemos na academia", diz.
Elas mostram que o título do filme com Elvis Presley "Com Caipira não se Brinca" está certo.
Ambas participarão da primeira edição do Campeonato Paulista de boxe feminino, de 28 de julho a 3 de agosto, em Itapira (176
km ao norte de São Paulo).
E é justamente por causa de
atletas oriundas do interior e do
litoral, a maioria das competidoras, que sua realização será possível. Pode parecer contraditório,
mas, apesar de o primeiro Brasileiro feminino ter sido disputado
no ano passado, nunca aconteceu
um Estadual de boxe feminino.
Isso porque não havia número
suficiente de lutadoras em cada
região para fazer um Estadual.
Segundo as estimativas do organizador da competição, Marcos Macedo, chefe de seção técnica (boxe) do Centro Olímpico, das
40 boxeadoras que estarão no
Paulista feminino, cerca de 70%
virão do interior e do litoral.
Elas são, além dos municípios já
citados acima, de Piracicaba, Marília, Guarulhos, Santos, Bertioga,
Santa Isabel, Osasco, São Vicente,
Itápolis, Itariri e Itanhaém.
"Foi uma surpresa constatar
que havia tantas boxeadoras em
São Paulo", analisou Maria Aparecida Oliveira, diretora do departamento feminino da Confederação Brasileira de Boxe.
As demais viriam do próprio
Centro Olímpico (onde algumas
"caipirinhas" treinam), da Vila
Manchester, Ceret e Nacional.
Mesmo com tal número de pugilistas, serão necessários ajustes
para tornar o Paulista mais competitivo. Assim, se a Associação
Internacional de Boxe Amador
reconhece 13 categorias de peso,
na edição inaugural do campeonato serão "oito ou nove" (a CBB
já deu aval para tal adaptação).
Para evitar decepções alimentadas por expectativas irreais, é
bom adiantar que, como a maioria das pugilistas tem um número
limitado de combates, não se deve
esperar muita técnica. Mas, ao
mesmo tempo, é interessante dizer que é por meio desse tipo de
iniciativa que vai surgir qualidade. E podem ocorrer surpresas.
Por exemplo, quem esperaria
que a brasileira Ana Paula Santos, que deixou o Brasil com só
dez lutas, fosse ao Mundial feminino do ano passado e voltasse
com uma medalha de bronze?
Na telinha 1
A HBO 2 exibe ao vivo amanhã, às 23h, a unificação dos cinturões
dos leves da Federação Internacional de Boxe e da Associação Mundial de Boxe entre Paul Spadafora (EUA) e Leonard Dorin (ROM).
Na telinha 2
Alguns esclarecimentos sobre a coluna anterior, que gerou confusão
entre alguns leitores. Em nenhum momento esta coluna desmentiu
as informações da entrevista de Popó ao UOL, que revelou sua separação na última semana. Ao contrário, como na sequência o superpena emitiu informações que conflitavam com as anteriores, analisei
a situação e lembrei outras declarações contraditórias do passado de
Popó. Em tempo, apesar de afirmar que "estavam só dando um tempo, profissionalmente", foi visto com uma nova "namorada".
E-mail eohata@folhasp.com.br
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