São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002

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OITAVAS/ HOJE

Equipe testa performance 100% em mata-mata

Humildade espanhola some contra a Irlanda

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SUWON

Com um time que deixou o discurso humilde de lado e assumiu a condição de favorito ao título, depois da ótima campanha na primeira fase, a Espanha desafia hoje, às 8h30, em Suwon (Coréia do Sul), pelas oitavas-de-final da Copa-2002, a Irlanda, uma equipe que, nos últimos quatro anos, quase conseguiu riscar a palavra derrota de seu currículo.
Em 25 partidas oficiais, válidas pelas eliminatórias da Eurocopa e do Mundial, além da sua participação na primeira fase da Copa-2002, os irlandeses só saíram derrotados em três oportunidades.
Tal performance, apesar do discurso de muito respeito ao adversário, não tira a euforia espanhola, conquistada após as três vitórias na primeira fase e os elogios pelo bom futebol apresentado, principalmente, nos jogos contra Paraguai e África do Sul.
"Sigo pensando que o maior inimigo da Espanha é a própria Espanha", diz o atacante Morientes, do Real Madrid, achando que, mais do que o adversário de hoje, o que pode derrubar sua seleção são os próprios erros.
A alta rotatividade praticada pelo técnico José Antonio Camacho no time e o desempenho de Raúl também viraram motivo de júbilo para os espanhóis, que nunca chegaram a uma final de Copa.
"Provamos que temos duas boas equipes disponíveis", disse o lateral Romero após a partida contra os sul-africanos, quando Camacho poupou sete titulares.
"Isso não me surpreende. Ele é sempre o melhor", afirma o volante Helguera, sobre a chance de seu companheiro Raúl ser eleito o melhor jogador da Copa.
Na Irlanda, a condição de zebra é bem vista pelo técnico Mick McCarthy, alçado à condição de ídolo nacional depois de, mesmo tendo brigado com o ex-capitão Roy Keane, principal jogador do país, classificar o time às oitavas-de-final, superando Camarões, que tinha a fama de melhor seleção africana do momento.
"Vamos jogar contra um potencial vencedor da Copa", disse o treinador, comandante de uma equipe que mantém a tradição de boas defesas da Irlanda.
Em três jogos na fase inicial, sua equipe sofreu apenas dois gols. Agora, em toda sua história nos Mundiais, a Irlanda tem nove gols sofridos em 12 partidas, média de 0,75 por duelo disputado.
Como comparação, o Brasil foi vazado, em média, 0,95 vez por confronto em Mundiais.
Para tentar ultrapassar essa barreira, Camacho priorizou, durante a semana, os treinos de jogadas aéreas. O técnico espanhol também insistiu para que seus jogadores não desperdicem a posse de bola, temendo os perigosos contra-ataques dos irlandeses.
"A partida vai ser decidida mentalmente. O time que estiver mais forte nesse sentido vai vencer", afirma o treinador, que, ao contrário de seus jogadores e da imprensa esportiva de seu país, não entra na onda de euforia que toma conta da Espanha.
Para o confronto de hoje em Suwon, tanto Camacho como McCarthy escondem a formação de suas equipes, mas ambos devem evitar surpresas.
No lado espanhol, o único problema físico é o de Tristán, que não terá condições de jogo. Morientes continua como titular ao lado de Raúl no ataque.


NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 8h30


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