São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002

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SONINHA

De vida ou morte para morrer de sono

Esse negócio de mata-mata é muito contraproducente. Ele pode proporcionar 15 ou 20 minutos de jogo emocionante... e 50 minutos de embromação!
Alemanha e Paraguai abriram as oitavas morrendo de medo de voltar logo para casa. Passaram o jogo tentando se aproximar do risco-zero, com mais cautela que disposição. Como se adiar a despedida pudesse evitá-la... Nem no futebol nos conformamos com a morte.
O jogo foi chato de doer. Entre tantos comerciais de remédio para hemorróidas, gripe, dificuldades de ereção e outras drogas lícitas, temos recebido várias doses de sonífero.
E pensar que a Alemanha, esteja como estiver, aparece sempre como uma das favoritas. Como se os jogadores aposentados ou mortos, que ganharam os títulos de 54, 74 e 90, pudessem corrigir uma finalização, desarmar o rival ou soprar uma jogada no ouvido do meia. Essa história de camisa, tabu, tradição só funciona se você acreditar nela. Como todo mundo acredita, acaba funcionando!
Camaroneses e sul-africanos devem ter assistido o jogo com desgosto. "Se era para fazer isso, por que nos eliminaram?". A verdade é que o Paraguai se classificou não em três jogos, mas em 45 minutos brilhantes, com o esplendor da garra sul-americana e o talento de Cuevas. Mesmo sem os dois, quase barrou a Alemanha. Ou seja: nossas chances são boas mesmo. (Se bem que a Inglaterra não é a Alemanha, não.).

soninha.folha@uol.com.br



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