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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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Time usa especialidade do Corinthians, a quem não vencia desde maio do ano passado, vira o jogo e vai a 22 pontos

São Paulo imita rival e faz dois de cabeça

MARÍLIA RUIZ
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo usou a cabeça, tradicional arma do Corinthians, para vencer o clássico de ontem por 2 a 1, de virada, e quebrar um jejum de um ano e um mês sem vencer o adversário.
Os três gols da partida no Morumbi foram em jogadas aéreas. O zagueiro Anderson abriu o placar, e o volante Fábio Simplício empatou ainda na primeira etapa.
Com os dois times desfalcados de seus principais jogadores, outro defensor, Jean, deixou o gramado como herói. Ele fez o segundo gol são-paulino, na etapa final, e vibrou como se valesse título. Um dos jogadores mais perseguidos pelas torcidas organizadas do São Paulo, Jean comemorou o feito beijando o escudo do clube à beira do gramado.
"Não considero isso uma volta por cima. Só eu sei o que passei. Amo esse clube e faço tudo para que vença todos os jogos. Não foi justa a perseguição que sofri", afirmou o zagueiro, que ontem fez dupla com Júlio Santos.
A vitória colocou o time de Roberto Rojas, que não teve Ricardinho e Luis Fabiano, ambos na seleção, e Rogério e Carlos Alberto, suspensos, à frente do rival no Brasileiro. Os são-paulinos têm 22 pontos contra 19 dos corintianos, que jogaram desfalcados de Fábio Luciano, Kléber e Gil, todos na seleção, e Leandro, suspenso.
Antes do clássico, o São Paulo só tinha feito dois gols de cabeça no campeonato. Esse número dobrou justamente com tentos diante da equipe que mais usa a cabeça para marcar no Nacional. Ontem, Anderson fez o 12º gol corintiano pelo alto no campeonato.
Na defesa, o time de Geninho também vinha sendo eficiente nos lances aéreos. Mas agora acumula cinco gols sofridos de cabeça, dois a menos que o São Paulo.
Depois de um primeiro tempo morno, só após o segundo gol do São Paulo, na etapa final, os rivais reviveram a tensão de seus últimos duelos, que, diferentemente de ontem, valeram títulos ou vagas em séries mata-matas.
O jogo começou a ficar dramático após Anderson, que não tinha cartão amarelo, fazer falta violenta em Rico e ser expulso, aos 16min, dois minutos depois de Jean conseguir o desempate.
Doni e Roger evitaram gols até os últimos minutos do clássico, numa situação bem diferente em relação ao primeiro tempo.
A etapa inicial, apesar dos dois gols, pouco empolgou o público, cerca de 17 mil torcedores. Dos dois lados, os defensores desarmaram os atacantes facilmente.
O Corinthians, mesmo sem seus principais canhotos, usou mais atletas pelo lado esquerdo.
Dos três atacantes escalados por Geninho, só Leandro Amaral não frequentava aquele lado. Seus companheiros de ataque, Liedson e Lucas se revezavam pela esquerda, além de Jorge Wagner e Roger, substituto de Kléber.
Mesmo assim, o corintiano mais acionado foi o lateral Rogério, que atua pela direita e recebeu 40 bolas, segundo o Datafolha.
Ele cobrou, pela direita, o escanteio para Anderson abrir o placar, aos 27min do primeiro tempo.
De volta após contusão, Kaká, ostentando a faixa de capitão, sofreu com a marcação do volante Fabrício na etapa inicial.
Com Kaká bem marcado, Fábio Simplício e Gustavo Nery, que jogou no meio, foram os mais acionados do time -36 vezes.
Mas Kaká iniciou a jogada do gol de empate, marcado por Fábio Simplício, dez minutos depois de Anderson ter aberto o placar.
Os são-paulinos viraram o jogo no início do segundo tempo. Aos 14min da etapa final, após cobrança de escanteio, Jean fez 2 a 1.
Por causa da expulsão de Anderson, Geninho tirou o atacante Leandro Amaral para colocar o zagueiro Marquinhos.
Mesmo com um a menos, seu time chegou a criar chances para para empatar e esbarrou nas defesas feitas por Roger, especialmente no chute de bate-pronto de Renato, no último minuto.
Porém a zaga corintiana ficou sempre vulnerável nos contra-ataques. "Não tem jeito, com um jogador a mais, o rival sempre vai ter espaço", lamentou Geninho.



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