|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Time usa especialidade do Corinthians, a quem não vencia desde maio do ano passado, vira o jogo e vai a 22 pontos
São Paulo imita rival e faz dois de cabeça
MARÍLIA RUIZ
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo usou a cabeça, tradicional arma do Corinthians, para vencer o clássico de ontem por
2 a 1, de virada, e quebrar um jejum de um ano e um mês sem
vencer o adversário.
Os três gols da partida no Morumbi foram em jogadas aéreas.
O zagueiro Anderson abriu o placar, e o volante Fábio Simplício
empatou ainda na primeira etapa.
Com os dois times desfalcados
de seus principais jogadores, outro defensor, Jean, deixou o gramado como herói. Ele fez o segundo gol são-paulino, na etapa
final, e vibrou como se valesse título. Um dos jogadores mais perseguidos pelas torcidas organizadas do São Paulo, Jean comemorou o feito beijando o escudo do
clube à beira do gramado.
"Não considero isso uma volta
por cima. Só eu sei o que passei.
Amo esse clube e faço tudo para
que vença todos os jogos. Não foi
justa a perseguição que sofri",
afirmou o zagueiro, que ontem
fez dupla com Júlio Santos.
A vitória colocou o time de Roberto Rojas, que não teve Ricardinho e Luis Fabiano, ambos na seleção, e Rogério e Carlos Alberto,
suspensos, à frente do rival no
Brasileiro. Os são-paulinos têm 22
pontos contra 19 dos corintianos,
que jogaram desfalcados de Fábio
Luciano, Kléber e Gil, todos na seleção, e Leandro, suspenso.
Antes do clássico, o São Paulo só
tinha feito dois gols de cabeça no
campeonato. Esse número dobrou justamente com tentos diante da equipe que mais usa a cabeça
para marcar no Nacional. Ontem,
Anderson fez o 12º gol corintiano
pelo alto no campeonato.
Na defesa, o time de Geninho
também vinha sendo eficiente
nos lances aéreos. Mas agora acumula cinco gols sofridos de cabeça, dois a menos que o São Paulo.
Depois de um primeiro tempo
morno, só após o segundo gol do
São Paulo, na etapa final, os rivais
reviveram a tensão de seus últimos duelos, que, diferentemente
de ontem, valeram títulos ou vagas em séries mata-matas.
O jogo começou a ficar dramático após Anderson, que não tinha
cartão amarelo, fazer falta violenta em Rico e ser expulso, aos
16min, dois minutos depois de
Jean conseguir o desempate.
Doni e Roger evitaram gols até
os últimos minutos do clássico,
numa situação bem diferente em
relação ao primeiro tempo.
A etapa inicial, apesar dos dois
gols, pouco empolgou o público,
cerca de 17 mil torcedores. Dos
dois lados, os defensores desarmaram os atacantes facilmente.
O Corinthians, mesmo sem seus
principais canhotos, usou mais
atletas pelo lado esquerdo.
Dos três atacantes escalados por
Geninho, só Leandro Amaral não
frequentava aquele lado. Seus
companheiros de ataque, Liedson
e Lucas se revezavam pela esquerda, além de Jorge Wagner e Roger, substituto de Kléber.
Mesmo assim, o corintiano
mais acionado foi o lateral Rogério, que atua pela direita e recebeu
40 bolas, segundo o Datafolha.
Ele cobrou, pela direita, o escanteio para Anderson abrir o placar,
aos 27min do primeiro tempo.
De volta após contusão, Kaká,
ostentando a faixa de capitão, sofreu com a marcação do volante
Fabrício na etapa inicial.
Com Kaká bem marcado, Fábio
Simplício e Gustavo Nery, que jogou no meio, foram os mais acionados do time -36 vezes.
Mas Kaká iniciou a jogada do
gol de empate, marcado por Fábio
Simplício, dez minutos depois de
Anderson ter aberto o placar.
Os são-paulinos viraram o jogo
no início do segundo tempo. Aos
14min da etapa final, após cobrança de escanteio, Jean fez 2 a 1.
Por causa da expulsão de Anderson, Geninho tirou o atacante
Leandro Amaral para colocar o
zagueiro Marquinhos.
Mesmo com um a menos, seu
time chegou a criar chances para
para empatar e esbarrou nas defesas feitas por Roger, especialmente no chute de bate-pronto de Renato, no último minuto.
Porém a zaga corintiana ficou
sempre vulnerável nos contra-ataques. "Não tem jeito, com um
jogador a mais, o rival sempre vai
ter espaço", lamentou Geninho.
Texto Anterior: Palmeirenses buscam conter empolgação Próximo Texto: Nervosismo, de novo, prejudica os corintianos Índice
|