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F-1
Pentacampeão suporta pressão de rivais, festeja triunfo em Montréal com intensidade e chega, pela 1ª vez no ano, à liderança
Schumacher vence e restabelece ordem
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MONTRÉAL
Kimi Raikkonen até que se esforçou. Largando em último, fez
uma corrida agressiva, enfrentou
um pneu estourado e terminou
na zona de pontuação. Mas não
foi o suficiente para o finlandês.
Porque, lá na frente, Michael
Schumacher foi ainda melhor.
Saindo em terceiro no grid e
correndo com a garra de quem estava decidindo o campeonato, o
alemão venceu o GP do Canadá,
ontem, em Montréal e pela primeira vez no ano assumiu a liderança do Mundial de Pilotos.
Seu irmão, Ralf Schumacher, ficou em segundo. Juan Pablo
Montoya, companheiro de Ralf
na Williams, completou o pódio.
O pentacampeão tem 54 pontos, três a mais do que o finlandês.
Acostumado a liderar os campeonatos, ele conseguiu o que queria:
iniciar a segunda metade do
Mundial na ponta da tabela. Ontem, a Ferrari também retomou o
primeiro posto entre as equipes.
"É sempre importante estar na
liderança e conquistar o máximo
possível de pontos", afirmou
Schumacher, que vibrou muito
no carro com a vitória e que festejou no pódio como se tivesse tirado um peso dos ombros.
E esse peso tem nome: Raikkonen. Que só perdeu a liderança
porque não conseguiu manter a
regularidade que vem marcando
sua temporada. Com oito das 16
etapas disputadas, o finlandês subiu ao pódio seis vezes.
"Foi o máximo que consegui fazer", disse ele, que contou com a
sorte. Seu pneu traseiro direito
explodiu na 32ª volta, bem em
frente à entrada dos boxes. Se o
incidente tivesse acontecido alguns metros à frente, Raikkonen
fatalmente abandonaria o GP.
A vibração de Schumacher pode ser explicada também pela
pressão que ele sofreu na prova.
Na largada, ele partiu para cima
de Ralf Schumacher e de Juan Pablo Montoya, à sua frente no grid.
Coincidência ou resultado desse
ataque, Montoya rodou sozinho
na segunda volta, dando passagem ao alemão. O pentacampeão,
então, começou a apertar Ralf. A
troca de posições, no entanto, só
aconteceu na primeira das duas
janelas de pit stops.
Ralf foi aos boxes da Williams
na 20ª volta. O irmão mais velho
aproveitou a pista livre para acelerar e parou na volta seguinte.
A prova foi decidida nesse 21º
giro. Ralf fez um tempo muito
ruim, três segundos mais lento do
que a média de suas últimas voltas. E, assim, mesmo com um pit
1,2 mais lento em relação ao caçula, Schumacher retornou à pista
na liderança da corrida.
A partir de então, a situação se
inverteu, e Ralf passou a pressionar o irmão. Apesar de o carro da
Ferrari estar mais lento, em nenhum instante tentou a ultrapassagem. "Nunca estive perto o bastante para tentar a manobra."
Schumacher segurou atrás de si
a dupla da Williams e Fernando
Alonso, da Renault. O resultado é
que os quatro primeiros cruzaram a linha de chegada separados
por 4s481. Foi a sexta vitória do
alemão em Montréal, a quarta
neste ano e a 68ª da carreira.
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