São Paulo, domingo, 16 de julho de 2000


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Brasil quer êxito com 1 só atacante

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A FOZ DO IGUAÇU

Para tentar acabar com o jejum de gols do ataque da seleção brasileira nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002, o técnico Wanderley Luxemburgo decidiu escalar cinco jogadores no meio-campo para a partida contra o Paraguai, terça-feira, em Assunção.
Com a nova formação, o treinador colocou dois meias ofensivos -Rivaldo, do Barcelona, e Djalminha, do Deportivo La Coruña- especialmente para "servir" o atacante França, do São Paulo, único atacante nato para o jogo.
Flávio Conceição, do Deportivo La Coruña, Zé Roberto, do Bayern Leverkusen, e César Sampaio, do Palmeiras, completarão o meio-campo. Eles terão funções apenas defensivas.
"Gosto de jogar assim. Acho que vamos conseguir fazer uma atuação melhor. Quando joguei em um esquema semelhante, fizemos muitos gols pelo Palmeiras, em 1996", declarou Rivaldo.
Apesar do otimismo do atleta, o novo esquema é mais uma tentativa para encontrar a melhor formação para o ataque.
Nas quatro primeiras partidas da equipe na competição, o ataque, que atuou com formações diferentes, não conseguiu marcar.
Para se ter uma idéia da má fase dos atacantes, o zagueiro Antônio Carlos, da Roma, que, suspenso, não enfrenta o Paraguai, é o segundo artilheiro do Brasil na competição, com dois gols.
De acordo com o Datafolha, Antônio Carlos tem o melhor aproveitamento da equipe. Ele fez apenas três finalizações, todas com eficiência.
Os números do ataque da seleção brasileira comprovam as atuações pífias, segundo o Datafolha. Desde o início das eliminatórias, a média de finalizações da equipe é de 15,3 por jogo.
Mesmo assim, os atacantes pouco chutaram. No total, finalizaram quatro vezes por jogo, sendo apenas 1,25 com eficiência, ou seja, que acertou o gol adversário.
Pelo ranking dos melhores finalizadores da seleção na competição, a situação dos atacantes piora ainda mais. O melhor finalizador da seleção é o meia Rivaldo, que já chutou 13 vezes no torneio.
O lateral Roberto Carlos, do Real Madrid, está em segundo, com nove finalizações. O melhor finalizador entre os atacantes que atuaram na competição é Ronaldinho, do Grêmio. Fora da partida por causa de uma contusão no joelho, ele está em quinto no ranking, com quatro conclusões.
O atacante França, que será o único jogador no setor, deu apenas dois chutes nas duas partidas em que atuou pela seleção nas eliminatórias. "O França não pode se preocupar com os números. Ele tem que jogar. Tenho certeza que as oportunidades surgirão", declarou Luxemburgo.


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