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São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2003

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Público do Brasileiro de pontos corridos definha


Jogos de julho registram queda de 46% no número de torcedores em relação ao início do torneio


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento nas bilheterias do primeiro Campeonato Brasileiro da história com a fórmula de pontos corridos diminui a cada mês.
Depois de um início bastante animador, a venda de ingressos despencou nas últimas rodadas.
Em abril, no primeiro mês completo da competição, os duelos tiveram, em média, 13.742 pagantes. Nas três rodadas disputadas em julho esse número não passou de 7.463, o que significa uma acentuada queda de 46%.
A debandada dos fãs atinge até eternos campeões de bilheterias, como Paysandu, Atlético-MG, Flamengo e Bahia. Todos registraram expressivas quedas no número de entradas vendidas.
Até quem vai muito bem na classificação não consegue encher as arquibancadas. Nas nove partidas que disputou em Belo Horizonte, o líder Cruzeiro só levou mais de 15 mil pagantes ao estádio em três oportunidades.
Se o movimento nas catracas de julho for mantido até o final do Brasileiro-2003, em dezembro, a edição entrará para a história pelas portas do fundo.
Mantido o ritmo atual, a média de público ao final do certame ficará abaixo dos 9.000 pagantes por jogo. Até hoje, a edição com recorde negativo de bilheteria aconteceu no inchado campeonato de 1979 (pouco mais de 9.000 torcedores por partida). No ano passado, com mata-mata, o Brasileiro teve quase 13 mil pagantes por duelo (11 mil na fase inicial).
A fuga dos torcedores dos estádios acontece ao lado de uma queda no nível técnico do torneio.
O sinal mais evidente disso pode ser visto na artilharia. Em abril, o Nacional registrou média de 3,33 gols por partida. Agora, em julho, essa marca despencou 27%, batendo nos 2,44 gols por jogo.
Também conspiram, pelo menos para os sulistas, o clima mais frio e a crise econômica (o preço médio dos ingressos é de R$ 10). A classificação também não ajuda.
Se na parte de cima da tabela o Cruzeiro não consegue abrir grande vantagem sobre a concorrência, a disputa contra o rebaixamento tem pouca emoção. Goiás e Fortaleza praticamente monopolizaram os dois piores lugares nas últimas oito rodadas.
O cenário atual dá munição para os críticos do sistema de turno e returno com pontos corridos. Eurico Miranda, presidente do Vasco, que vai mal na tabela e na bilheteria, afirma que seu clube vai exigir a alteração das regras na próxima temporada, o que, segundo o recente Estatuto do Torcedor, não é permitido.
Já os defensores das regras atuais, que funcionam com sucesso na Europa, pedem mais tempo para a adaptação do torcedor.


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