Classificado para a próxima Libertadores, tricampeão promete deixar Brasileiro de lado e se dedicar à disputa do Mundial de Clubes para conquistar receita recorde em sua história

EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Brasileiro não tem mais tanta importância para o tricampeão da Libertadores.
Com vaga assegurada no Mundial de Clubes da Fifa em dezembro, no Japão, e no principal torneio de equipes da América em 2006, o time do Morumbi vai mirar suas forças para os milhões de dólares que ainda pode embolsar.
Pelas contas da diretoria do São Paulo, caso o clube triunfe na Copa Sul-Americana e no Mundial terá a maior receita de sua história, sem contar a venda de atletas, em apenas uma temporada -pode superar os R$ 50 milhões.
"Como estamos classificados para a próxima Libertadores, o Brasileiro ficará em segundo plano. Nosso grande objetivo é o Mundial", disse o diretor de futebol Juvenal Juvêncio.
Em 2004, o time, que chegou à semifinal da Libertadores e não conquistou títulos, não faturou mais do que R$ 30 milhões.
Neste ano, os são-paulinos já amealharam R$ 37,9 milhões. Os primeiros rendimentos vieram da conquista do Paulista -R$ 3,2 milhões de cota, além de R$ 1,5 milhão pelo título. Pelo Brasileiro, que dá até quatro vagas para a Libertadores, a equipe recebe mensamelmente R$ 2,68 milhões da cota de R$ 21,5 milhões.
Mas foi o principal interclubes da América quem mais engordou o caixa do clube. O São Paulo, que encerrou o torneio com média de 48 mil torcedores, ganhou somente com a renda dos jogos no Morumbi R$ 5,1 milhões.
Abocanhou mais R$ 3,8 milhões pela premiação do título, direitos de TV e placas publicitárias.
De quebra, ainda garantiu outros R$ 2,4 milhões pela partida que disputará em Miami pela Recopa, que reúne os campeões da Libertadores e da Sul-Americana.
"Com todos esses torneios é possível concluir que esse é um volume de recursos inédito na história do clube", disse o diretor de planejamento são-paulino, João Paulo Jesus Lopes.
Ele conta ainda com eventuais triunfos da equipe no torneio do Japão, no final do ano, e na Copa Sul-Americana, que será disputada no segundo semestre.
Na segunda edição do Mundial da Fifa, o São Paulo atuará a partir das semifinais. Caso passe à decisão, vai assegurar o prêmio de US$ 3,5 milhões (R$ 8,4 milhões) ao vice-campeão. O título representará US$ 1 milhão a mais aos cofres do campeão da América.
Na Copa Sul-Americana, a conquista do título significará R$ 1,6 milhão. O prêmio, no entanto, não é o maior alvo da cúpula do clube. Os cartolas avaliam que, no embalo do título da Libertadores, a torcida são-paulina vai se interessar pelo torneio continental.
"Nossos torcedores gostam de competições internacionais. Por isso, nossa expectativa é que eles gerem receitas tão atraentes quanto as da Libertadores", acredita Jesus Lopes.
A decisão com o Atlético-PR, anteontem, superou os R$ 3 milhões, renda recorde no país.
O sucesso nos dois próximos torneios internacionais, de acordo com a diretoria, também ajudará o clube a obter um patrocínio mais gordo em 2005.
O São Paulo avalia que, com o caminho de triunfos nesta temporada, terá subsídio suficiente para fechar um acordo que supere os R$ 12 milhões, valor pago pela Petrobras ao Flamengo. Atualmente, a equipe recebe R$ 8 milhões por ano da LG, cujo contrato se encerra no final deste ano.
Para a disputa da competição organizada pela Fifa, o clube fará esforços para manter seus principais atletas e irá reforçar o elenco.
O único a sair, promete a diretoria, é o atacante Luizão, que foi para o futebol japonês.
A prioridade agora é a contratação de um centroavante. A intenção é trazer um jogador experiente e badalado para a posição.
A diretoria já tentou, e fracassou, com Luis Fabiano, Cláudio Pitbull e França. "Ainda não tenho um nome, mas estamos trabalhando para isso", diz Juvêncio.
Além de um nome para a vaga de Luizão, os são-paulinos tentarão ainda um meia e um lateral.
Dessa forma, os dirigentes acreditam que estarão com o elenco completo para o Mundial.


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