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CICLISMO
Brasileira fatura prata após volta e jornada tripla
Desempregada, Ana Flávia Sgobin fica 1 ano sem competir
e, depois, precisa dividir preparação com trabalho e estudo
Ciclista surpreende em prova que tinha 5 atletas
entre as 13 primeiras do ranking e fica atrás apenas de ex-campeã do mundo
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Dois meses de treinos, uma
hora e meia por dia, alçaram
Ana Flávia Sgobin, 27, ao melhor resultado brasileiro do ciclismo BMX no Pan. Ontem, no
morro do Outeiro, ela travou
duelo acirrado com a argentina
Gabriela Diaz, ex-campeã
mundial, e levou a prata.
"Fiquei um ano sem competir por problemas financeiros.
Sou bacharel em direito, mas
não conseguia arrumar emprego", contou, às lágrimas.
Ana Flávia voltou ao esporte
às vésperas dos Jogos do Rio,
mas seguia rotina cansativa.
"Trabalhava das 7h às 16h.
Treinava por uma hora e meia e
ia para a faculdade, que faço à
noite", contou a ciclista, que
mora em Americana (SP), mas
cursa ciências contábeis na vizinha Santa Bárbara D'Oeste.
"A Ana Flávia surpreendeu,
porque não competiu em 2006.
Então, não sabia como estava o
nível dela", analisa Diaz, campeã mundial em 2004 e vice no
ano passado, em São Paulo.
A prova decisiva teve nível
técnico elevado. Entre as 7 finalistas, havia 5 atletas que figuram entre as 13 melhores do
ranking mundial. Diaz, a campeã, é a vice-líder. Ana Flávia é
a única que não figura na lista.
A primeira fase, porém, foi
esvaziada. Dos 24 ciclistas
anunciados no masculino, participaram só 17. No feminino,
havia expectativa de 16 atletas.
Só vieram nove -apenas as
duas chilenas não foram à final.
"Essas eram as vagas totais.
Mas alguns países não conseguiram classificação através de
seus rankings nacionais", explicou o argentino Enrique Diaz,
responsável técnico pela competição, que estreou em Pans.
Os outros brasileiros ficaram
longe do pódio. Luciana Hirama, 35ª do ranking, terminou
em quinto. No masculino, Hudson Souza sofreu queda na semifinal e acabou eliminado.
Mauro Aquino ficou em sexto.
De olho no ciclismo BMX,
que irá estrear no programa
olímpico, a confederação brasileira já mostrou interesse em
sediar cinco eventos internacionais até Pequim. O objetivo
é somar pontos no ranking e assegurar mais vagas olímpicas.
O entrave é a oposição da Argentina, que tem ciclistas de
ponta. O Brasil tem de superá-los para oficializar os torneios.
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