São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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CICLISMO

Brasileira fatura prata após volta e jornada tripla

Desempregada, Ana Flávia Sgobin fica 1 ano sem competir e, depois, precisa dividir preparação com trabalho e estudo

Ciclista surpreende em prova que tinha 5 atletas entre as 13 primeiras do ranking e fica atrás apenas de ex-campeã do mundo

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Dois meses de treinos, uma hora e meia por dia, alçaram Ana Flávia Sgobin, 27, ao melhor resultado brasileiro do ciclismo BMX no Pan. Ontem, no morro do Outeiro, ela travou duelo acirrado com a argentina Gabriela Diaz, ex-campeã mundial, e levou a prata.
"Fiquei um ano sem competir por problemas financeiros. Sou bacharel em direito, mas não conseguia arrumar emprego", contou, às lágrimas.
Ana Flávia voltou ao esporte às vésperas dos Jogos do Rio, mas seguia rotina cansativa.
"Trabalhava das 7h às 16h. Treinava por uma hora e meia e ia para a faculdade, que faço à noite", contou a ciclista, que mora em Americana (SP), mas cursa ciências contábeis na vizinha Santa Bárbara D'Oeste.
"A Ana Flávia surpreendeu, porque não competiu em 2006. Então, não sabia como estava o nível dela", analisa Diaz, campeã mundial em 2004 e vice no ano passado, em São Paulo.
A prova decisiva teve nível técnico elevado. Entre as 7 finalistas, havia 5 atletas que figuram entre as 13 melhores do ranking mundial. Diaz, a campeã, é a vice-líder. Ana Flávia é a única que não figura na lista.
A primeira fase, porém, foi esvaziada. Dos 24 ciclistas anunciados no masculino, participaram só 17. No feminino, havia expectativa de 16 atletas. Só vieram nove -apenas as duas chilenas não foram à final.
"Essas eram as vagas totais. Mas alguns países não conseguiram classificação através de seus rankings nacionais", explicou o argentino Enrique Diaz, responsável técnico pela competição, que estreou em Pans.
Os outros brasileiros ficaram longe do pódio. Luciana Hirama, 35ª do ranking, terminou em quinto. No masculino, Hudson Souza sofreu queda na semifinal e acabou eliminado. Mauro Aquino ficou em sexto.
De olho no ciclismo BMX, que irá estrear no programa olímpico, a confederação brasileira já mostrou interesse em sediar cinco eventos internacionais até Pequim. O objetivo é somar pontos no ranking e assegurar mais vagas olímpicas.
O entrave é a oposição da Argentina, que tem ciclistas de ponta. O Brasil tem de superá-los para oficializar os torneios.


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