São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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Dunga dedica título a quem tem "alma pura"

Técnico oferece conquista a crianças da África, Angola, Israel e Afeganistão

Jogadores cantam samba de Jorge Aragão, que faz alusão ao respeito, para responder aos críticos; para Robinho, foi vitória da "objetividade"

DO ENVIADO A MARACAIBO

Uma oferenda às crianças de alma pura e um samba que faz alusão ao respeito. Essa foi a maneira com que o técnico Dunga e os jogadores da seleção brasileira desabafaram após a conquista da Copa América.
Bastante emocionado, o treinador da seleção, muito criticado, não alterou o estilo agressivo que marcou sua convivência com os jornalistas desde que assumiu o time nacional.
"Só tenho que oferecer essa vitória a quem tem alma pura. As crianças da África, de Angola, do Afeganistão, de Israel. Elas têm alma pura, são felizes, não têm inveja", esbravejou.
Difícil não comparar a declaração do ex-volante com o "Vocês vão ter que me engolir" de Zagallo, em 1997, também após ganhar a Copa América.
O auxiliar Jorginho seguiu linha parecida. "Conseguimos lentamente superar a desconfiança de todos. Muita gente falou muita coisa. Pô, antes de falar, espera a gente molhar o bico, mostrar o nosso trabalho. É claro que temos muito a aprender, mas já fizemos muita coisa", declarou ele.
Enquanto eles faziam seus discursos em tom de resposta aos críticos, os jogadores, de forma mais descontraída, também mandavam um recado a quem duvidava que o time pudesse ganhar a competição.
Em rodinhas, cantavam sem parar o samba "Moleque Atrevido", de Jorge Aragão: "Respeite quem pode chegar aonde a gente chegou", repetiam os atletas, à frente das câmeras de TV, liderados por Robinho, eleito o melhor jogador da Copa América -Josué ganhou como o melhor atleta da decisão.
Artilheiro da Copa América, com seis gols, Robinho disse que a conquista brasileira representa a vitória da "objetividade". "O futebol é assim. Sabemos que podemos melhorar. Mas o que vale é o resultado."
"As pessoas ficaram menosprezando o Brasil, dizendo que tínhamos um time inferior, e isso deu força para a gente. Não devemos nada para nenhuma seleção do mundo", afirmou o meia Júlio Baptista, convocado somente por causa do pedido de dispensa de Zé Roberto.
O lateral-direito Maicon foi outro que desabafou. "Sabíamos que ia ser duro, a seleção passou por uma grande renovação, mas o grupo tem qualidade. Não poderia ter chegado aqui desacreditado."
O reserva dele, Daniel Alves, que marcou o terceiro gol brasileiro e sempre teve a confiança de Dunga, demonstrou lealdade ao técnico. "A seleção provou que tem que ser respeitada", disse. Os campeões da América retornariam ontem ao Brasil.0 (RODRIGO BUENO)


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