São Paulo, quinta, 16 de julho de 1998

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Toledo muda seu diagnóstico

da Sucursal do Rio

Questionado ontem à noite pela Folha, o médico da Confederação Brasileira de Futebol, Lídio Toledo, mudou pela quarta vez de diagnóstico sobre a crise do atacante Ronaldinho e acabou admitindo que o jogador realmente não teve problemas neurológicos.
Ontem, disse que o jogador pode ter tido também uma "distonia neurovegetativa", que pode ser provocada por estresse.
A distonia neurovegetativa pode ser originada por um quadro agudo de ansiedade, que provoca alterações no comportamento.
Segundo médicos ouvidos pela
Folha, pode haver agitação, sudorese, palpitações, taquicardia e até contração involuntária dos músculos. No entanto, não há hipótese de convulsão e só em casos extremos há perda da consciência.
Antes do jogo, a CBF havia divulgado uma contusão no tornozelo. Depois da derrota, Toledo falou em "hipostenia" (fraqueza).
No dia seguinte, quando Ronaldinho era acusado por colegas de time de ter "amarelado", o médico anunciou o diagnóstico de "convulsão de 30 segundos, de causa ignorada" -o que, conforme a
Folha adiantou anteontem, foi recebido com descrédito por médicos brasileiros e franceses, uma vez que, nesse caso, Ronaldinho não teria condições de jogo.
Toledo negou que dias antes da final o jogador tivesse se isolado do grupo. Questionado se Ronaldinho não teria jogado uma bicicleta contra a parede, ele riu: "Que isso, que mentira é essa"?
O médico negou que, ao ver o estado do atacante, tenha chorando. "Tô acostumado com isso. Trabalhei 40 anos no pronto-socorro."
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) quer ouvir as explicações de Toledo sobre a escalação de Ronaldinho na final da Copa.
que o atacante poderia jogar.
O médico disse que, após a crise de Ronaldinho, foi contra a sua escalação. "Eu disse para o Zagallo: "Olha, escala outro porque esse rapaz está fora"'.


Com a Reportagem Local



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