São Paulo, quinta, 16 de julho de 1998

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Clínica francesa nega "crise catastrófica'

RODRIGO AMARAL
de Paris

Poucas horas depois de ter sofrido uma crise que o fez afirmar ter temido pela própria vida, Ronaldinho chegou "normal e relaxado" à clínica próxima a Paris onde fez uma série de exames.
"Ele passou mal, é certo. Mas, se fosse algo catastrófico, vocês não o teriam visto em campo", disse ontem Philippe Krief, diretor-geral da Clínica De Lillas, onde o atleta esteve das 18h às 19h40 (horário francês) de domingo.
A declaração reforça a versão de que o atacante não sofreu convulsões ou outros distúrbios neurológicos -problemas que deveriam tê-lo afastado do jogo contra a França, duas horas depois.
Krief não quis dar detalhes sobre os exames a que Ronaldinho foi submetido, mas afirmou que eles seriam capazes de detectar se havia algum trauma neurológico.
Disse ainda que o artilheiro chegou "relaxado" à clínica, acompanhado de um médico da seleção brasileira "fluente em francês" (Joaquim da Matta) e de dois seguranças. Deixou o carro do CFO (comitê organizador) "caminhando normalmente".
Tirou fotografias com fãs, distribuiu autógrafos e até assinou uma camisa da equipe da França, que acabaria derrotando a do Brasil.
Ronaldinho, ainda de acordo com os médicos, vestia calção, camiseta e boné e não apresentava sinais de palidez nem estava com o rosto avermelhado.
Entre os exames, o jogador da Inter de Milão chegou mesmo a assistir, pelo aparelho de TV da clínica, ao início da cobertura da final, quando Edmundo era anunciado como titular. Ao deixar o local, disse Krief, o atacante estava "relaxado e sorridente".
A calma observada pelos médicos, de todo modo, não foi compartilhada pela comissão técnica.
Segundo o radiologista Bernard Roger, o telefone celular do médico da CBF não parou de tocar durante o período em que os brasileiros estiveram na clínica.
"Paradoxalmente, Romário (que fez exames na mesma clínica antes de ser cortado) estava mais nervoso do que Ronaldinho no último domingo", afirmou Roger.
Para ele, o estresse de Ronaldinho deveria ser maior porque ele fez os exames horas da final, e Romário, antes do início da Copa.



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