MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Apático, o Corinthians não passou de um empate sem gols com o Juventude, ontem, no Pacaembu. O resultado foi bom apenas para um ainda corintiano: Marcelinho, que foi afastado por indisciplina há três semanas. Fora dos planos da diretoria e do técnico do Corinthians, Marcelinho teve seu nome gritado por parte da torcida ontem. Foi a primeira vez que os torcedores "lembraram-se" do meia desde o anúncio de sua punição. "Não ouvi nada. Apenas uns três ou quatro lembraram-se do Marcelinho", desconversou o técnico Wanderley Luxemburgo. Mas a derrota para o Paraná no domingo, a volta à cena de Marcelinho -ele fez juras de amor ao time e aos torcedores, criticando apenas o técnico- e o medíocre futebol de ontem cansaram a torcida e aumentaram ainda mais a pressão sobre o caso do meia-atacante. A percepção dos dirigentes é clara: não é possível adiar mais a definição sobre o futuro do atleta. A volta do jogador é dada como improvável, mas não impossível. "Está difícil negociá-lo", disse o vice-presidente de futebol do clube, Antonio Roque Citadini. Marcelinho não esconde a força que está fazendo para ficar. "Eu nunca quis sair do Corinthians", disse ele, que ontem, como tem feito, treinou sozinho no CT de Itaquera. À tarde, segundo ele, teria compromisso: "Sempre vou torcer pelos meus amigos". Mas a "torcida" dele não funcionou. O Corinthians errou muito. "Pelo menos não perdemos", minimizou Fabinho, eleito o melhor do time por Luxemburgo. Fabinho foi realmente o único destaque corintiano. Segundo o Datafolha, ele foi o mais acionado do time: recebeu 54 bolas. Mesmo com a análise do técnico -"o 0 a 0 não foi uma tragédia"-, os jogadores saíram abatidos. "Faltou tranquilidade", disse Ewerthon, que entrou ainda no primeiro tempo para substituir o contundido Paulo Nunes. Gil e ele não mostraram entrosamento, e o Corinthians perdeu muitas chances. Na melhor oportunidade, aos 41min, depois de uma tabela entre os dois, a bola sobrou para Ricardinho, que chutou em cima do marcador. Luxemburgo resolveu mudar no segundo tempo. Deivid entrou na vaga de Luciano Ratinho: o time não melhorou, e a torcida ficou irritada. Aos 3min, depois de erro de cruzamento de Ricardinho, os torcedores começaram a pedir o retorno de Marcelinho. O Corinthians sentiu a pressão e deixou que o Juventude criasse a sua primeira oportunidade de gol. Aos 10min, depois de bola alçada na área, Rubinho espalmou para escanteio cabeçada de Dauri. Na sequência, o rival teve mais uma chance de abrir o placar. Joelson, aos 16min, em rápido ataque, chuta forte, mas a bola sai direto pela linha de fundo. O Corinthians tentou reagir. Aos 19min, Gil recebeu ótimo lançamento de Ricardinho, mas, mesmo de frente para o gol, resolveu tocar para Deivid, que não entendeu a jogada e deixou a bola sair pela linha de fundo. Aos 30min, o mesmo atacante perdeu a melhor chance do jogo. Após Ricardinho chutar prensado, a bola sobrou para o atacante, que, sozinho, de frente para o gol, chutou errado -a bola saiu rente à trave esquerda de Diego. Sem sucesso nas finalizações, o Corinthians saiu de campo com apenas um ponto. O time volta a jogar no próximo domingo, contra o Sport, em Recife.



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