São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Torneio nacional tem menos dribles e gols, enquanto violência cresce

Brasileiro-2001 joga seu nível técnico no chão

DA REPORTAGEM LOCAL

Menos dribles, oportunidades criadas e gols. Mais violência e jogos sem a abertura de contagem.
No meio da sua quinta rodada, o Brasileiro-01 é disputado com um nível técnico mais baixo até do que a caótica Copa JH.
Tanto na média de gols quanto nos fundamentos que tornam o jogo mais ofensivo, a edição 2001 do Nacional decepciona.
Com o jogo de ontem entre Corinthians e Juventude, já são dez partidas encerradas sem gols em 61 duelos disputados -isso sem contar os jogos que seriam realizados ontem à noite.
Em todo o Brasileiro do ano passado, contando o módulo que tinha as principais equipes e as finais, foram 19 confrontos sem gols, mas em um universo de 330 jogos disputados.
Nos 61 primeiros duelos do primeiro Nacional do século, a média é de 2,48 gols por jogo. A JH teve média de 2,91.
Os números do Datafolha, que realiza levantamentos estatísticos em todas as partidas da competição, mostram ainda mais sobre o declínio técnico do principal torneio de futebol do país.
Dos últimos cinco anos, a edição 2001 é a menos criativa do Brasileiro. Com quase metade dos times usando o esquema com três zagueiros, como quer Luiz Felipe Scolari na seleção, dribles e finalizações são artigos mais raros.
Em média, cada partida da competição termina com 36 dribles e 26 chances de gol criadas.
Em 1998, antes do início das viradas de mesa, eram 46 dribles por partida e 32 finalizações por encontro da competição.
Se a criatividade está em declínio, os pontapés estão em alta.
A média de faltas, segundo o Datafolha, é de 57 por jogo, contra, por exemplo, 55 do ano passado e 52 da edição de 1998.
Destaques da competição até o momento, como Atlético-PR e Paraná, apelam muito e ficam na zona de classificação -ambos cometem mais de 30 faltas por partida e aparecem entre os cinco times mais violentos.
Não bastasse a falta de técnica, o campeonato ainda é marcado por erros grosseiros da arbitragem e lances inusitados.
Na semana passada, por exemplo, o Corinthians só venceu o Botafogo-SP depois da marcação de um pênalti inexistente.
Domingo, no jogo entre Palmeiras e América-MG, o zagueiro Wellington Paulo, do time mineiro, foi expulso após agredir um de seus próprios companheiros.



Texto Anterior: Campanha por time de Scolari une adversários
Próximo Texto: Com empate, torcida pede Marcelinho
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.