São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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JUDÔ

Bronze triplo no tatame frustra Brasil

Expectativa era obter ao menos um ouro; desempenho da modalidade é só o 5º do país em Olimpíadas

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

O objetivo era o alto do pódio, porém, em Pequim, o judô brasileiro acabou somente no quinto lugar dentro de sua própria história em Olimpíadas.
No ciclo olímpico em que teve um investimento inédito e realizou o que os dirigentes definiram como a melhor preparação da história, a equipe nacional não conseguiu atingir a meta estipulada pela Confederação Brasileira de Judô.
Com três medalhas de bronze, a seleção, que encerrou ontem a participação no tatame de Pequim, fez a quinta melhor participação brasileira na história dos Jogos. Ficou atrás do desempenho em outras edições em que havia metade das medalhas em jogo na China -as provas femininas entraram no programa olímpico só em 1992.
Há menos de um ano, no Mundial do Rio, o time brasileiro ficou em primeiro lugar no quadro de medalhas, considerando só as classes olímpicas. Na China, acabou em 18º. "Em termos quantitativos, o objetivo foi alcançado", disse o coordenador técnico Ney Wilson.
O objetivo da comissão técnica era voltar da Olimpíada com três medalhas, sendo ao menos uma de ouro. "Algumas munições não acertamos. Mas a meta de acertar três tiros, acertamos. Só faltou o miolo do alvo", disse ele, que avaliou a performance como "resultado bom".
O dirigente citou o fato de a Rússia não ter conquistado medalhas e lembrou que só Japão e China fizeram mais de um campeão. "As medalhas foram muito divididas", afirmou.
Ele também especulou sobre as causas de nenhum ouro ter sido ganho pelo Brasil. "Apesar de os atletas terem assumido seus próprios erros, sem ninguém culpar a preparação, acho que temos que olhar um pouco na parte emocional, na parte psicológica dos atletas."
Na avaliação do cartola, a equipe teve dois grandes destaques nos Jogos chineses: a leve Ketleyn Quadros, responsável pela primeira medalha olímpica da história das modalidades individuais femininas do país, e o médio Eduardo Santos, que deixou a competição sem medalha. "Foi um verdadeiro guerreiro, lutou para cima o tempo todo", falou Wilson.
O judô brasileiro deixa Pequim na condição de atual recordista em medalhas olímpicas do país: 15. A escrita de sempre voltar de Jogos com ao menos um pódio desde Los Angeles-1984 também foi mantida.
Porém, desde a saída do controvertido Joaquim Mamede da presidência da CBJ, os judocas do país nunca venceram uma quarta-de-final olímpica.


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