São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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BEISEBOL

Velhas rivalidades estréiam nova regra de desempate

Na despedida olímpica, esporte vê primeiras definições em "tie-break'

Clássico entre Cuba e Estados Unidos termina em polêmica após bola atingir rosto de rebatedor; China bate Taiwan pela 1ª vez


DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua última aparição olímpica, o beisebol teve um dia de polêmica e conotação política ontem em Pequim. Mais: estreou criticada regra criada nesta Olimpíada para encurtar a duração do jogo.
As vitórias de Cuba sobre os Estados Unidos e da China sobre Taiwan foram definidas no "tie-break", após empate nas nove entradas regulamentares.
Isso sem contar o ingrediente tenso que envolveu duelos entre países que não possuem relações diplomáticas.
Na arquibancada do centro de beisebol, a convivência entre os torcedores cubanos e norte-americanos foi pacífica. O mesmo não se pode dizer dos jogadores. A vitória de Cuba (5 a 4), definida na 11ª entrada, terminou em confusão após um arremesso de Pedro Luis Lazo.
Ao tentar rebater, o americano Jayson Nix desviou levemente a bola, que o atingiu e fez sangrar seu olho esquerdo -ele foi levado a um hospital e, após exames, acabou afastado definitivamente da Olimpíada.
"Respeito o beisebol cubano, mas não admito isso", disse o técnico dos EUA, Davey Johnson, para quem o cubano lançou a bola deliberadamente na altura dos olhos de Nix.
Lazo rebateu. "Não sei se ele [Johnson] sabe quem eu sou. Não estou acostumado a atingir as pessoas", afirmou o jogador, que possui dois títulos olímpicos (Atlanta-96 e Atenas-04) e uma prata em Sydney-00.
A norma para encurtar o jogo também provocou polêmica. Ao final da nona entrada, e com o jogo empatado em 3 a 3, os dois times fizeram uma verdadeira conferência com a arbitragem para discutir como se daria a adequação ao regulamento, definido na semana passada -o time que ataca já parte com dois corredores, na primeira e na segunda bases.
Foi a segunda derrota americana (e a terceira vitória cubana) em três rodadas do torneio.
No confronto entre China e Taiwan (considerada por Pequim uma Província "rebelde", embora funcione como um país autônomo), o "tie-break" curto também foi necessário. E os chineses, por 8 a 7, conquistaram o primeiro triunfo oficial sobre o adversário, uma das equipes mais fortes do mundo.
"É o nosso esporte. É uma vergonha perder da China", afirmou Wen-Tzu Tang, professor da Universidade Nacional do Esporte taiwanesa.


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