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FIA oferece imunidade a dirigente
Entidade repete proposta de Nelsinho a Symonds, diretor da Renault, que teria mostrado local da batida ao brasileiro
Número dois da equipe já confirmou parte da versão do piloto para o acidente no GP de Cingapura de 2008 e não disse se aceita acordo
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de oferecer imunidade a Nelsinho Piquet para tentar esclarecer o que aconteceu
no GP de Cingapura do ano
passado, a FIA repetiu a proposta para Pat Symonds, diretor técnico da Renault, que, ao
lado de Flavio Briatore, é acusado pelo piloto brasileiro de
ter pedido a ele que batesse seu
carro de maneira proposital.
A oferta da entidade que rege
o esporte veio a menos de uma
semana da reunião do Conselho Mundial, em Paris, dia 21,
na qual o time terá de prestar
explicações, e deixa Briatore
em uma situação complicada.
De acordo com os dois depoimentos prestados por Nelsinho
aos investigadores da FIA, que
vieram a público na semana
passada, somente os três participaram da reunião em que o
acidente teria sido combinado,
horas antes da largada.
"Depois da reunião com
Symonds e Briatore, Symonds
me levou para um canto quieto
e, usando um mapa, mostrou-me o local exato onde eu deveria bater", afirmou o piloto em
seu primeiro depoimento, dado
no dia 30 de julho, em Paris.
Nelsinho também explicou o
motivo de a batida ter ocorrido
na curva 17. "Essa curva foi escolhida porque não havia nenhum guindaste que pudesse
tirar um carro batido rapidamente da pista", declarou.
O motivo de a FIA ter oferecido imunidade também a
Symonds é simples. Enquanto
Briatore negou qualquer tipo
de contato com o seu ex-piloto,
disse que as acusações são
mentirosas e entrou na Justiça
francesa contra Nelsinho e Nelson Piquet por chantagem e calúnia, o inglês confirmou ao
menos parte da história.
Em suas declarações aos investigadores, reveladas pela
Folha no sábado, Symonds evitou responder às perguntas
mais contundentes, mas afirmou em determinado momento que não queria mentir.
Número dois da Renault e
único presente em Spa-Francorchamps em 27 de agosto,
Symonds confirmou que teve
uma reunião com Briatore e
Nelsinho, mas disse que foi o
piloto quem sugeriu causar
uma batida para tentar dar a vitória a seu parceiro, Fernando
Alonso, no dia anterior à prova.
O diretor técnico falou ainda
aos investigadores que não se
lembrava do que havia sido
conversado na reunião. Foi
questionado de três jeitos diferentes se havia apontado a Nelsinho o exato lugar em que ele
deveria bater. "Não quero responder", disse ele, três vezes.
"Não tenho a intenção de
mentir para vocês. Não menti
para vocês, mas eu tenho o direito de preservar um pouco
minha posição", completou.
Em suas declarações, no entanto, Symonds confirmou que
a aceleração mostrada pela telemetria do carro do piloto brasileiro, demitido após o GP da
Hungria, era incomum.
"Não tenho certeza se, pelos
dados, posso dizer que foi um
acidente proposital, pois não
sei se já vi algum, então eu... Os
dados são bastante incomuns."
Ele ainda não confirmou se
irá aceitar ou não a proposta da
FIA. Caso aceite, Briatore ficará sozinho. E a permanência da
equipe franco-inglesa na F-1,
cada vez mais complicada.
Com agências internacionais
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