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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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BASQUETE

Aliado a firma de marketing, ex-atleta quer 1º torneio no país gerido por clubes, sucesso em países que vão a Atenas

Oscar propõe liga independente da CBB

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Modelo seguido por quase todos os países que se classificaram para o torneio de basquete dos Jogos de Atenas-2004, a liga independente pode chegar ao Brasil.
O projeto nasceu das discussões entre Oscar, que deixou as quadras em maio, e João Henrique Areias, dono da Sportlink. A Folha teve acesso ao documento que prevê a participação de 12 times, ligados a universidades, que jogariam com o nome de suas cidades.
"Tornou-se comum colocar vários nomes nas equipes, juntando patrocinador e cidade. O time muda de nome todo ano. Isso confunde o público. Nossa proposta é dar visibilidade às marcas de outra forma", afirma Areias.
As empresas teriam placas no ginásio. Já as universidades estampariam sua marca no uniforme e no centro da quadra.
A proposta foi apresentada por Oscar ao presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Gerasime Bozikis, o Grego, na terça, no Rio. "Atuei 20 anos pela seleção brasileira defendendo a camisa da CBB. Não gostaria de fazer algo sem o aval dela", afirma Oscar, que deve agendar novo encontro na semana que vem.
Mesmo sem o apoio da entidade, a liga pode surgir. Pela Lei Pelé, os clubes podem criar seu torneio. "Mas seria algo inédito no país. Se pegarmos o estatuto da Superliga de vôlei ou da Liga Futsal, veremos que elas são atreladas às confederações", diz Areias.
A idéia do publicitário é contar com cinco patrocinadores oficiais. Com um orçamento de R$ 12 milhões, a liga poderia bancar todas as despesas do campeonato.
No Nacional, a CBB paga 15 passagens aéreas para os clubes nos deslocamentos longos, fornece 24 bolas para as equipes e financia passagem e estadia para a arbitragem, entre outras despesas.
"O maior gasto da liga será comprar espaço na TV aberta. Transmitiríamos os jogos aos domingos, das 12h às 14h. Não tenho os valores ainda porque isso será negociado", conta Areias, que já fez contato com a Bandeirantes.
Aos clubes sobrariam só os salários. As equipes teriam 30 parceiros, com três tipos de cotas diferentes. "A liga funcionaria por franquias, como o McDonald's. Temos um plano de marketing que forneceríamos a cada equipe. Não é difícil conseguir [30 patrocínios locais]. Fiz esse plano para a Unit [time de Uberlândia] em 1998 e, em um mês, trouxemos 24 empresas", conta o publicitário.
Para a iniciativa dar certo, será necessária muita discussão. "O mais difícil é amarrar apoio de universidades, prefeituras e patrocinadores", admite Areias.
Até agora, os dirigentes estão divididos. "Não fui consultado. Mas não entraria em aventuras", diz Chaim Zaher, dono do COC/Ribeirão Preto, o campeão nacional.
Outros aprovam, com ressalvas. "Sou simpático à idéia, se montarmos uma estrutura profissional", declara Wellington Salgado de Oliveira, dono do grupo Universo, que financia três equipes.


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