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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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PINGUE-PONGUE

"Não dá para fugir do que acontece no mundo inteiro"

DA REPORTAGEM LOCAL

Há seis meses distante das quadras, Oscar, 45, maior cestinha da seleção brasileira, afirma que trabalhou em três projetos, todos ligados ao basquete: uma palestra sobre sua vida, que apresenta em empresas, a constituição de uma equipe em Barueri e a criação da liga independente. "Não dá mais para fugir do que acontece no mundo inteiro", diz ele, que atuou durante 13 anos na Itália e na Espanha, países que contam com duas das mais bem-sucedidas ligas da Europa. (ALF)
 

Folha - Como surgiu a idéia de criar uma liga independente?
Oscar -
Sonho em melhorar o basquete do meu país. Acho que a criação do Nacional [em 1990] foi uma evolução. Antes tínhamos a Taça Brasil, que era disputada em dez dias. Mas hoje estamos atrasados em relação ao resto do mundo. Fomos mal nos últimos três Mundiais e não vamos à segunda Olimpíada seguida. Precisamos fazer alguma coisa.

Folha - Quais os principais problemas no atual sistema?
Oscar -
É inadmissível o calote. Na Espanha, o clube é expulso da liga se não paga os salários. Aqui, muitos atletas não têm nem contrato escrito.

Folha - A liga mudaria isso?
Oscar -
Nossa meta é profissionalizar. Além disso, garantiríamos os salários até nos meses em que os jogadores estiverem com a seleção. O calendário que propomos teria quatro meses de intervalo para os atletas defenderem o Brasil.

Folha - E a CBB?
Oscar -
Ela cuidaria só da seleção. Sempre ouvimos que não enfrentamos os melhores times porque não há recurso. Sem essa preocupação, a CBB poderia arrumar amistosos contra times fortes, como Espanha, Itália e França. Não adianta pegar esses combinados americanos que sabemos que vamos ganhar: República Dominicana, Venezuela, Uruguai...

Folha - Essa proposta poderia chegar ao feminino também?
Oscar -
Sim. O torneio delas é muito pior e ainda vamos à Olimpíada. Todo ano ficamos sem saber se vamos ter campeonato. É um grande milagre o que elas fazem.


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