São Paulo, terça-feira, 17 de janeiro de 2006

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Corinthians encara outros "reis de 1ª fase" na América

Libertadores define últimos times, e campeão nacional pega rivais que vão bem, mas falham na hora H

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu caminho na Libertadores deste ano, o Corinthians irá encarar adversários com estigma semelhante ao seu no principal torneio interclubes da América.
O Grupo 4, definido ontem, além dos corintianos, terá a Universidad Católica, do Chile, o Deportivo Cali, da Colômbia, e o Tigres, do México. Em comum, os quatro têm o fato de demonstrarem eficiência ao longo da história do torneio e de sucumbirem em momentos decisivos.
Nenhum deles jamais levantou o título de campeão da América, apesar de ostentarem aproveitamento de pontos superior ao de muitos campeões. Os quatro registram mais de 50% de eficiência.
Times como o Once Caldas, da Colômbia, e o Estudiantes, da Argentina, por exemplo, atuaram pouco, mas já ergueram troféus.
Em sete participações, os argentinos venceram três vezes o torneio. Os colombianos, em quatro, foram campeões uma vez.
O clube do Parque São Jorge registra seis participações no interclubes continental. Em 54 jogos, os corintianos venceram 28 vezes, empataram dez e perderam 16. O aproveitamento, de 58%, entretanto, não foi capaz de levar o time brasileiro além das semifinais.
Em suas três últimas participações, o Corinthians terminou a primeira fase como líder de seu grupo. Depois, porém, acabou caindo nos mata-matas. Em 1999 e 2000, o clube foi vítima do arqui-rival Palmeiras.
Em 2003, acabou derrotado duas vezes pelo argentino River Plate nas oitavas-de-final.
"Acho que o nosso grupo está mais difícil do que o de anos anteriores que o clube disputou. Conhecendo um pouco a tradição que essas equipes têm, vamos ter de suar muito para nos classificarmos", disse o zagueiro Betão.
O Corinthians estréia na competição no dia 15 de fevereiro, contra o Deportivo, em Cali.
Os chilenos e os colombianos bateram na trave. E, quando isso aconteceu, o resultado foi traumático. A Universidad Católica é o mais tradicional integrante da chave corintiana. Já disputou 19 vezes o campeonato, em 6 delas terminou a etapa inicial como líder da chave. Foi semifinalista em cinco oportunidades e finalista uma vez, em 1993.
Foi castigado pelo São Paulo no primeiro jogo por 5 a 1, a mais humilhante derrota sofrida por um time em decisões da Libertadores.
O Deportivo Cali sofreu revés parecido em 1978. Após empatar a primeira partida da final por 0 a 0, foi massacrado pelo Boca Juniors no duelo seguinte: 4 a 0.
A equipe da Colômbia, com 17 participações no torneio, também registra outra derrota em decisão -em 1999, caiu diante do Palmeiras na disputa de pênaltis.
De seus três adversários, o Corinthians enfrentou somente o clube chileno, em 1996, e o derrotou por duas vezes.
O time com menos rodagem na disputa é o Tigres, pois mexicanos só entraram na competição em 1998. O Tigres estreou no ano passado e deixou boa impressão.
Saíram invictos e líderes na primeira fase após três vitórias e três empates. Nas oitavas-de-final, superaram o então campeão Once Caldas. A equipe de Monterrey só parou diante do atual campeão da competição, o São Paulo, nas quartas-de-final. Foi goleada por 4 a 0 na capital paulista, mas impôs ao time do Morumbi sua única derrota no torneio ao vencer por 2 a 1 em seus domínios.
"Sem dúvida, é um grupo difícil, mas, se quisermos ganhar, teremos que superar todos eles", disse Carlitos Tevez, o único jogador corintiano a ter vencido o torneio.
Caso superem a dificuldade da primeira fase, os corintianos poderão se deparar com seus dois maiores rivais. Pela primeira vez na história da Libertadores, Corinthians, Palmeiras e São Paulo disputam uma mesma edição da competição. Os outros brasileiros são Internacional e Paulista.


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