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FUTEBOL
Jogo bate o recorde de gols das finais contra o São Paulo pelo Paulista
Gil sai da sombra e define a partida para o Corinthians
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians poderia ter definido a partida mais cedo. Depois
de fazer 2 a 1, desperdiçou três
grandes chances para aumentar,
uma com Liedson, outra com Gil
e a última com Rogério, acabou
cedendo o empate e por pouco
não permitiu que o São Paulo virasse o marcador.
Quando o time do Morumbi
voltou a acreditar em suas possibilidades, Gil, o ""carrasco do São
Paulo", marcou e deu à vitória
-3 a 2- ao Corinthians.
Apesar de Jorge Wagner e Liedson terem entrado como as estrelas do time do Parque São Jorge,
Gil, que costuma se dar bem contra o arqui-rival, tendo marcado
três gols contra ele no ano passado, já tinha avisado durante a semana: ""Esse jogo eu resolvo".
E foi o que fez. Aos 38min do segundo tempo, livrou-se da marcação, chutou para o gol e saiu para comemorar. ""Eu senti o gol. Levo sorte contra o São Paulo e,
mesmo quando parecia que eles
estavam reagindo no jogo, achei
que poderia decidir", festejava o
atacante, que conta ter um histórico de sucesso contra o rival desde os tempos dos juniores.
Saiu de campo como herói de
um jogo movimentado, que bateu
o recorde de gols da história das
finais entre Corinthians e São
Paulo no Paulista.
Em 1982, 83, 87, 91 e 98, os outros anos em que os dois times se
enfrentaram na final do Estadual,
nenhuma partida decisiva teve
cinco gols como a de ontem.
A etapa inicial foi marcada pelo
equilíbrio -segundo o Datafolha
o São Paulo teve 51% da posse de
bola, e o Corinthians, 49%.
A equipe do Morumbi entrou
em campo com uma formação
ousada, sem lateral-direito -Oswaldo de Oliveira optou por usar
o volante Júlio Baptista no lugar
que seria de Gabriel.
O técnico são-paulino justificou
a opção argumentando que Júlio
Baptista também sabe atuar no
setor e, além de ser forte na marcação, poderia ajudar a armar
melhor as jogadas de ataque.
A decisão de Oliveira irritou Gabriel. "Queria jogar. Já marquei o
Gil [no Brasileiro", acho que fiz
direitinho, mas respeito a decisão
do técnico. Ele me disse que precisava de alguém que ficasse parado
marcando", desabafou.
O primeiro gol da partida foi
anotado pelo Corinthians, aos
29min, em pênalti que Gustavo
Nery, que já tinha recebido cartão
amarelo e poderia ter levado vermelho no lance, cometeu em
Liedson e Rogério converteu.
Quatro minutos depois o São
Paulo empatou. Ricardinho deu
um belo passe para Luis Fabiano,
que tocou para marcar na saída de
Doni. Apesar do gol, que o levou à
artilharia do campeonato, ao lado
de Rico e Ricardo Oliveira, o atleta
deixou o campo desanimado.
""Não quero ser artilheiro, quero
ser campeão", declarou.
Com Kaká, que antes do jogo
era dúvida, em dia apagado
-deixou o campo na fase final
reclamando de dores na coxa esquerda-, o time de Oliveira não
teve sucesso no segundo tempo.
Deu muito espaço para o rival e
acabou sofrendo o segundo gol
aos 24min. Fábio Luciano, em impedimento, marcou de cabeça
após cobrança de falta.
""Para mim é normal. Já fiz até
gol em que a bola não entrou [no
Mundial de Clubes de 2000", toda
hora tem problema. O que importa é que vencemos", disse o zagueiro após a partida.
Mas para chegar à vitória o atleta levaria um susto. Reinaldo, que
costuma se sair bem contra o Corinthians, chegou a empatar para
o São Paulo aos 32min -foi seu
oitavo gol em nove jogos que disputou contra a equipe do Parque
São Jorge. E três minutos depois
ainda veria Itamar, que substituiu
Kaká, acertar a trave de Doni, por
pouco não virando o placar.
Mas aí o Corinthians voltou a
explorar o lado esquerdo, acionou seu ""carrasco" e pôde, finalmente, comemorar a vitória.
Colaborou Marília Ruiz, da Reportagem
Local
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