UOL


São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Após ser derrotado, clube toma a mesma atitude do Corinthians e exige um parecer do Comitê Executivo da entidade

São Paulo, agora, também questiona FPF

MARÍLIA RUIZ
RICARDO PERRONE

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da vitória corintiana por 3 a 2, ontem, vai ficar ainda mais acirrada a disputa de bastidores com o São Paulo pela vantagem em caso de empate no saldo de gols nos dois jogos da decisão do Campeonato Paulista.
Pelo regulamento, rasgado pela Federação Paulista, o Corinthians seria campeão até com uma derrota por um gol de diferença no sábado, mas a entidade passou a vantagem ao time do Morumbi.
Os corintianos pressionam a FPF desde a semana passada, e agora os são-paulinos prometem tomar a mesma atitude.
No time do Parque São Jorge, o técnico Geninho conta com uma vitória nos bastidores para ter mais tranquilidade no segundo jogo da decisão. "Poder perder por um gol de diferença é uma vantagem bem maior do que jogar pelo empate, não podemos desprezá-la", disse ele.
A diretoria do São Paulo ameaça pressionar a Federação Paulista nesta semana. O diretor de futebol do clube, Carlos Augusto Barros e Silva, afirmou ontem que seu time não entrará em campo para o segundo jogo sem que a entidade volte a se pronunciar oficialmente sobre o assunto.
"A federação tomou uma posição dando a vantagem ao São Paulo, mas, como surgiu essa questão do comitê executivo, ela precisa se manifestar de novo", afirmou o dirigente.
Na segunda-feira passada, a FPF rasgou o regulamento do Paulista dando a vantagem em caso de igualdade nas finais ao São Paulo. O Corinthians teria a vantagem no caso de igualdade no saldo de gols nos dois jogos finais por ter recebido menos cartões vermelhos que o rival -dois contra três.
De acordo com a federação, a vantagem foi dada ao time de Oswaldo de Oliveira porque os são-paulinos têm melhor saldo de gols durante todo o campeonato.
Segundo Farah, o texto das regras foi mal redigido e o desempate no saldo de gols é mais justo por ser um critério técnico.
Só na sexta-feira, a diretoria do Corinthians tomou uma medida prática, ao pedir que o comitê executivo, que tem o poder de decidir casos omissos e interpretar o regulamento, seja reunido.
Por enquanto, a entidade não marcou nenhuma reunião. Os dirigentes corintianos evitam falar que atitude irão tomar caso o comitê não seja convocado, mas dizem que a disputa pode continuar até depois da segunda partida.
O comitê, presidido por Eduardo José Farah, presidente licenciado da FPF, tem sete integrantes. Entre eles, estão Edvar Simões, gerente de futebol do Corinthians, e Juvenal Juvêncio, um dos mais influentes conselheiros do São Paulo. Ele afirmou que não acredita na convocação do comitê. "Acredito que a federação vai deixar a vantagem com o São Paulo", disse Juvêncio.
Em meio à confusão, dirigentes dos dois times dizem não ter responsabilidade na elaboração do regulamento. "Só nos reunimos para decidir quantos clubes jogariam e em quantos grupos eles seriam divididos. O regulamento nos foi enviado depois", disse Barros e Silva. "Nenhum clube assinou o regulamento, isso não existe", completou Citadini.
No jogo de ontem, apesar de Oliveira ter dito que seu time esqueceria a vantagem, o São Paulo se preocupou em segurar a igualdade no segundo tempo. Justamente quando a equipe mais pensava em se defender e gastar o tempo, levou o terceiro gol.


Texto Anterior: Lance a lance
Próximo Texto: Como fica o 2º jogo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.