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VÔLEI
Fim do império mineiro
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O Suzano acabou com o império do Telemig/Minas na
Superliga Nacional e agora vai
ser difícil segurar o time do técnico Ricardo Navajas. O próximo
desafio será lutar por uma vaga
na final com a Unisul, equipe com
a melhor campanha na fase de
classificação e dirigida pelo argentino Javier Weber.
Nas duas últimas colunas, havia apontado um ligeiro favoritismo do Minas no duelo com o Suzano. Errei na previsão. O time
mineiro, que conquistou o tricampeonato nacional no ano
passado com Dante e André Nascimento, não conseguiu se acertar
nesta temporada depois da saída
dos dois jogadores.
E olha que o Minas tem uma
das revelações da Superliga: o
atacante Samuel Fuchs, que até
merecia uma convocação de Bernardinho. Mas o maior pecado do
time foi o excesso de erros. Na vitória do Suzano por 3 a 0, no terceiro jogo que decidiu a vaga, os
mineiros deram 27 pontos ao adversário só com erros.
Já o mérito do Suzano foi exatamente o contrário: é um time que
erra pouco. No último confronto
contra o Minas, só teve dez erros.
Até no jogo anterior, quando havia perdido por 3 sets a 0, registrou menos falhas que os mineiros: 20 contra 24.
Uma das táticas da equipe de
Navajas para diminuir o número
de erros é forçar menos o saque.
Pelas estatísticas, ocupa o décimo lugar em eficiência de saque,
com 70 aces. Em compensação,
tem o menor índice de falhas nesse fundamento: 266. O Banespa,
por exemplo, soma 95 aces, mas
tem 420 erros.
Aí é uma questão de contas e estratégia de técnico. E chegamos
então a um dos maiores dilemas
do vôlei moderno: será que vale a
pena arriscar tanto o saque?
Mas, com os ataques cada vez
mais poderosos, será que vale correr o risco de não forçar tanto e jogar com o saque mais tático?
Dilemas à parte, o certo é que o
Suzano, do inspirado levantador
Marcelinho, surpreendeu.
No começo da Superliga, perdeu
Giovane e parecia fora de rumo.
Conseguiu se acertar e mostrou
boas surpresas: o atacante Rodrigo e o venezuelano Luís Diaz. Sábado, Diaz bateu nove bolas e colocou todas no chão.
A outra semifinal entre Banespa e Ulbra também promete. Para quem gosta de vôlei, os jogos
vão ser de arrepiar.
Não dá para encerrar sem falar
do atacante Gílson, o rei do Japão. Pela quarta vez em cinco
temporadas, o time dele, o Suntory, foi campeão japonês. Também pela quarta vez ele foi eleito
o melhor jogador e pontuador do
torneio. Para ter uma idéia, há
duas rodadas, ele fez 50 pontos
em uma partida.
O jogo de Gílson, com muita
força no ataque e no saque, faz
sucesso no Japão, país com tradição de atletas com mais velocidade do que potência.
Neste ano, parecia que o Suntory ficaria fora da final. Acabou
em quarto lugar na classificação.
Mas na fase final atropelou as outras três equipes. Venceu o NEC,
de Anderson, por 3 sets a 0, e o JT
Thunders, do russo Saveliev, por 3
sets a 1. Na grande decisão, derrotou o Panasonic por 3 sets a 1.
Italiano
O Modena, de Dante, assumiu a vice-liderança do Campeonato Italiano. O time venceu o Trentino, do atacante Bernardi, por 3 sets a 2.
O Macerata, de Nalbert, está em terceiro lugar na competição, e o
Ferrara, dos brasileiros Giba e Gustavo, ocupa a sexta colocação. Falta uma rodada para o encerramento da primeira fase do torneio e as
três equipes já asseguraram vagas nas quartas-de-final. O Verona, de
Kid, está em 11º lugar e não tem mais chance de classificação.
Público
O Campeonato Italiano ainda nem entrou na fase decisiva, mas já comemora. Em três rodadas, o torneio registrou média de 2.400 torcedores por jogo. Até na série A-2 houve recorde de público: média de
1.290 torcedores por partida na rodada de 23 de fevereiro.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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