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São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

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VÔLEI

Fim do império mineiro

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O Suzano acabou com o império do Telemig/Minas na Superliga Nacional e agora vai ser difícil segurar o time do técnico Ricardo Navajas. O próximo desafio será lutar por uma vaga na final com a Unisul, equipe com a melhor campanha na fase de classificação e dirigida pelo argentino Javier Weber.
Nas duas últimas colunas, havia apontado um ligeiro favoritismo do Minas no duelo com o Suzano. Errei na previsão. O time mineiro, que conquistou o tricampeonato nacional no ano passado com Dante e André Nascimento, não conseguiu se acertar nesta temporada depois da saída dos dois jogadores.
E olha que o Minas tem uma das revelações da Superliga: o atacante Samuel Fuchs, que até merecia uma convocação de Bernardinho. Mas o maior pecado do time foi o excesso de erros. Na vitória do Suzano por 3 a 0, no terceiro jogo que decidiu a vaga, os mineiros deram 27 pontos ao adversário só com erros.
Já o mérito do Suzano foi exatamente o contrário: é um time que erra pouco. No último confronto contra o Minas, só teve dez erros. Até no jogo anterior, quando havia perdido por 3 sets a 0, registrou menos falhas que os mineiros: 20 contra 24.
Uma das táticas da equipe de Navajas para diminuir o número de erros é forçar menos o saque.
Pelas estatísticas, ocupa o décimo lugar em eficiência de saque, com 70 aces. Em compensação, tem o menor índice de falhas nesse fundamento: 266. O Banespa, por exemplo, soma 95 aces, mas tem 420 erros.
Aí é uma questão de contas e estratégia de técnico. E chegamos então a um dos maiores dilemas do vôlei moderno: será que vale a pena arriscar tanto o saque?
Mas, com os ataques cada vez mais poderosos, será que vale correr o risco de não forçar tanto e jogar com o saque mais tático?
Dilemas à parte, o certo é que o Suzano, do inspirado levantador Marcelinho, surpreendeu.
No começo da Superliga, perdeu Giovane e parecia fora de rumo. Conseguiu se acertar e mostrou boas surpresas: o atacante Rodrigo e o venezuelano Luís Diaz. Sábado, Diaz bateu nove bolas e colocou todas no chão.
A outra semifinal entre Banespa e Ulbra também promete. Para quem gosta de vôlei, os jogos vão ser de arrepiar.
Não dá para encerrar sem falar do atacante Gílson, o rei do Japão. Pela quarta vez em cinco temporadas, o time dele, o Suntory, foi campeão japonês. Também pela quarta vez ele foi eleito o melhor jogador e pontuador do torneio. Para ter uma idéia, há duas rodadas, ele fez 50 pontos em uma partida.
O jogo de Gílson, com muita força no ataque e no saque, faz sucesso no Japão, país com tradição de atletas com mais velocidade do que potência.
Neste ano, parecia que o Suntory ficaria fora da final. Acabou em quarto lugar na classificação. Mas na fase final atropelou as outras três equipes. Venceu o NEC, de Anderson, por 3 sets a 0, e o JT Thunders, do russo Saveliev, por 3 sets a 1. Na grande decisão, derrotou o Panasonic por 3 sets a 1.

Italiano
O Modena, de Dante, assumiu a vice-liderança do Campeonato Italiano. O time venceu o Trentino, do atacante Bernardi, por 3 sets a 2. O Macerata, de Nalbert, está em terceiro lugar na competição, e o Ferrara, dos brasileiros Giba e Gustavo, ocupa a sexta colocação. Falta uma rodada para o encerramento da primeira fase do torneio e as três equipes já asseguraram vagas nas quartas-de-final. O Verona, de Kid, está em 11º lugar e não tem mais chance de classificação.

Público
O Campeonato Italiano ainda nem entrou na fase decisiva, mas já comemora. Em três rodadas, o torneio registrou média de 2.400 torcedores por jogo. Até na série A-2 houve recorde de público: média de 1.290 torcedores por partida na rodada de 23 de fevereiro.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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