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BOXE
Taxas, TV e resistência dos demais campeões são empecilhos para brasileiro
Popó nocauteia, mas não unificará
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Acelino Freitas, o Popó, manteve seus cinturões superpena na
madrugada de ontem ao derrotar
Juan Carlos ""Ranchero" Ramirez,
por nocaute técnico aos 19 segundos do quarto assalto, nos EUA.
Se depender da aversão que o
brasileiro demonstra com relação
às taxas cobradas pelas entidades
do boxe, dos planos da rede de TV
a cabo Showtime e da resistência
dos demais campeões em enfrentá-lo, os únicos cinturões que Popó seguirá defendendo serão os
da Associação Mundial de Boxe e
da Organização Mundial de Boxe.
Apesar de não negar que queira
conquistar outros títulos durante
eventos promocionais, o brasileiro deixou de ter como prioridade
a conquista de mais cinturões.
""O interessante não é unificar. A
OMB e a AMB ficam com 3% das
minhas bolsas cada uma. Para
que vou querer mais um título,
para cobrarem mais 3%? [Mickey" Ward e [Arturo" Gatti fizeram a luta do ano de 2002, e não
foi por título. Ninguém mais quer
a unificação", disse Popó à Folha.
Desde que unificou os títulos,
Popó se queixa das taxas. Um
membro de seu time afirmou que
o brasileiro buscava meios de diminuir tal impacto em seu bolso.
Em entrevistas após a luta de
ontem, no entanto, ao ser questionado de maneira insistente sobre
unificações, o brasileiro disse,
sem demonstrar convicção, que
poderia tentar mais cinturões.
O segundo motivo que, ao menos no momento, o afasta das
unificações é a falta de entusiasmo dos outros campeões da categoria em enfrentá-lo, segundo o
promotor de Popó, Art Pelullo.
""Conversei com Bob Arum
[promotor de Carlos Hernandez,
campeão pela Federação Internacional de Boxe", e ele não demonstrou interesse", disse Pelullo. ""Enviei faxes e e-mail para o
[Akihiko Honda" empresário de
[Sirimongkol Singwancha, dono
do cinturão do Conselho Mundial
de Boxe e Yodsanan Nanthachai,
campeão ""regular" pela AMB".
Ele não respondeu", concluiu.
O terceiro empecilho para Popó
unificar é a própria Showtime. Segundo gráfico exibido durante a
programação, os adversários
mais atraentes para Popó seriam
Floyd Mayweather Jr., Paul Spadafora, Joel Casamayor, Jesus
Chávez, Marco Antonio Barrera,
Erik Morales e Naseem Hamed.
Singwancha e Hernandez não
apareceram nessa listagem.
Com a vitória de ontem, o cartel
de Popó passa a registrar 33 vitórias, 30 delas por nocaute. Ramirez tem 29 vitórias e 5 derrotas.
A luta de ontem foi marcada pela troca franca a partir da metade
do primeiro assalto. Os golpes de
Popó eram mais fortes e precisos.
Ramirez e Popó foram creditados com quedas provocadas por
desequilíbrio e empurrão, respectivamente, no segundo e terceiro
assaltos. Um cruzado de direita
provocou a segunda queda de Ramirez a 30 segundos do fim do
terceiro assalto. No seguinte, o árbitro interrompeu a luta quando
o desafiante se segurava às cordas.
Nas preliminares, os brasileiros
Laudelino Barros, Juliano Ramos
e Valdemir Pereira venceram.
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