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São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

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BOXE

Taxas, TV e resistência dos demais campeões são empecilhos para brasileiro

Popó nocauteia, mas não unificará

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Acelino Freitas, o Popó, manteve seus cinturões superpena na madrugada de ontem ao derrotar Juan Carlos ""Ranchero" Ramirez, por nocaute técnico aos 19 segundos do quarto assalto, nos EUA.
Se depender da aversão que o brasileiro demonstra com relação às taxas cobradas pelas entidades do boxe, dos planos da rede de TV a cabo Showtime e da resistência dos demais campeões em enfrentá-lo, os únicos cinturões que Popó seguirá defendendo serão os da Associação Mundial de Boxe e da Organização Mundial de Boxe.
Apesar de não negar que queira conquistar outros títulos durante eventos promocionais, o brasileiro deixou de ter como prioridade a conquista de mais cinturões.
""O interessante não é unificar. A OMB e a AMB ficam com 3% das minhas bolsas cada uma. Para que vou querer mais um título, para cobrarem mais 3%? [Mickey" Ward e [Arturo" Gatti fizeram a luta do ano de 2002, e não foi por título. Ninguém mais quer a unificação", disse Popó à Folha.
Desde que unificou os títulos, Popó se queixa das taxas. Um membro de seu time afirmou que o brasileiro buscava meios de diminuir tal impacto em seu bolso.
Em entrevistas após a luta de ontem, no entanto, ao ser questionado de maneira insistente sobre unificações, o brasileiro disse, sem demonstrar convicção, que poderia tentar mais cinturões.
O segundo motivo que, ao menos no momento, o afasta das unificações é a falta de entusiasmo dos outros campeões da categoria em enfrentá-lo, segundo o promotor de Popó, Art Pelullo.
""Conversei com Bob Arum [promotor de Carlos Hernandez, campeão pela Federação Internacional de Boxe", e ele não demonstrou interesse", disse Pelullo. ""Enviei faxes e e-mail para o [Akihiko Honda" empresário de [Sirimongkol Singwancha, dono do cinturão do Conselho Mundial de Boxe e Yodsanan Nanthachai, campeão ""regular" pela AMB". Ele não respondeu", concluiu.
O terceiro empecilho para Popó unificar é a própria Showtime. Segundo gráfico exibido durante a programação, os adversários mais atraentes para Popó seriam Floyd Mayweather Jr., Paul Spadafora, Joel Casamayor, Jesus Chávez, Marco Antonio Barrera, Erik Morales e Naseem Hamed.
Singwancha e Hernandez não apareceram nessa listagem.
Com a vitória de ontem, o cartel de Popó passa a registrar 33 vitórias, 30 delas por nocaute. Ramirez tem 29 vitórias e 5 derrotas.
A luta de ontem foi marcada pela troca franca a partir da metade do primeiro assalto. Os golpes de Popó eram mais fortes e precisos.
Ramirez e Popó foram creditados com quedas provocadas por desequilíbrio e empurrão, respectivamente, no segundo e terceiro assaltos. Um cruzado de direita provocou a segunda queda de Ramirez a 30 segundos do fim do terceiro assalto. No seguinte, o árbitro interrompeu a luta quando o desafiante se segurava às cordas.
Nas preliminares, os brasileiros Laudelino Barros, Juliano Ramos e Valdemir Pereira venceram.


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