Kléber e Denílson, revelados no Morumbi, abrem caminho para vitória palmeirense, o que não ocorria havia 11 anos no Estadual

Goleada por 4 a 1 no clássico leva Palmeiras à segunda posição no Paulista e tira rivais do grupo dos quatro que passam às semifinais

MÁRVIO DOS ANJOS
RENAN CACIOLI
ENVIADOS ESPECIAIS A RIBEIRÃO PRETO

O São Paulo construiu um tabu de 11 anos sem derrotas para o Palmeiras em Paulistas. Ontem, o destino quis que justamente dois ex-pratas da casa exterminassem a escrita com uma impiedosa goleada.
Kléber, que explodiu no time do Morumbi em 2003 e acabou vendido contra sua própria vontade no final daquele mesmo ano, deu a estocada inicial com um lindo chute ainda no primeiro tempo indefensável para o goleiro Rogério Ceni.
Na comemoração do tento do empate, beijos no escudo da nova camisa, retribuídos com aplausos da torcida.
Denílson, atleta que rendeu ao clube em 1998 a negociação mais cara do futebol brasileiro à época, entrou no clássico aos 17min da etapa final. Com personalidade, teve calma para deslocar o arqueiro na primeira penalidade, sofrida por Valdivia. Outra ironia: em falta cometida por Júnior, ex-ídolo no Parque Antarctica.
"Foi uma emoção diferente por jogar contra o clube que me projetou no futebol", disse o jogador no final do confronto.
Se antes ele dissera que não celebraria gols contra a ex-casa -promessa depois desfeita pelo próprio-, ontem ele deu mostras definitivas de que não tem mais por que esconder sua nova paixão. E correu para os braços dos palmeirenses quando balançou as redes de Ceni.
"Falei para o Denílson que tinha que acabar com essa baboseira. Beijar escudo porra nenhuma. Ele é profissional", afirmou o técnico do alviverde, Vanderlei Luxemburgo.
Juntos com Valdivia e Diego Souza, as crias do Morumbi foram responsáveis, também, pela primeira derrota tricolor em clássicos pelo Paulista desde a decisão de 2003, quando o São Paulo perdeu duas vezes para o Corinthians por 3 a 2.
Mas não foi apenas remexer no passado que os ex-são paulinos fizeram ontem à tarde, em Ribeirão Preto.
A goleada manteve o Palmeiras no G4 -é o vice-líder, com 28 (a três do Guaratinguetá). E tirou o São Paulo do grupo dos classificados. Apenas a equipe de Luxemburgo e o Corinthians, o quarto, representariam os grandes nas semifinais do campeonato hoje.
Foi também a quinta vitória consecutiva de um time que parece, a cada rodada, mais obstinado para tirar o clube do jejum de títulos de expressão.
Sinal disso é a capacidade de reação da equipe no decorrer das partidas.
O Palmeiras conseguiu, ontem, a terceira virada seguida no campeonato. Já havia feito isso diante de Bragantino e Ponte Preta, quando venceu o primeiro por 5 a 2 e o rival de Campinas por 2 a 1.


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